Construção enfrenta crescimento modesto e desigual em 2023 e 2024

A engenharia civil impulsiona o desempenho geral do setor, enquanto a situação económica desacelera o crescimento da construção residencial.
 

Lisboa - 07-dez-2023

 

 

A Crédito y Caución prevê que a produção global do setor da construção aumente 3,2% em 2023. Embora possa parecer promissor, o desempenho nas economias avançadas está próximo da estagnação, apenas 0,3% acima do ano passado. O setor enfrenta um crescimento modesto, a maior parte do qual virá da sua atividade nos mercados emergentes, onde terá um crescimento de 5,8%.

 

Além das diferenças regionais, há uma lacuna entre projetos residenciais e comerciais. A construção residencial no mundo deverá crescer apenas 1,1% em 2023 e 0,6% em 2024. Muitas economias avançadas registarão contrações este ano. As elevadas taxas de juros e os altos juros hipotecários, juntamente com a alta inflação, estão a pressionar a capacidade de compra e a reduzir a procura. Os custos de materiais e de mão de obra permanecem elevados em muitas economias, levando a pressões sobre as margens e a uma desaceleração em novos projetos de construção. No entanto, a Crédito y Caución prevê que a construção não residencial cresça 5% em 2023 e 1,7% em 2024. A engenharia civil também vai mostrar algum dinamismo, com crescimentos de 5,6% este ano e de 3,6% em 2024.

 

Além da crescente urbanização nos mercados emergentes, o setor tem outros fortes motores de crescimento, como a promoção de grandes projetos de infraestruturas pelas administrações dos Estados Unidos, da União Europeia e da China para impulsionar o potencial produtivo das suas economias e a crescente importância da sustentabilidade, que exige maiores investimentos para melhorar a eficiência energética e responder a padrões ambientais mais rígidos.

 

Na maior parte dos mercados, a concorrência no setor é feroz, as margens são reduzidas e os compradores públicos pagam muitas vezes com atraso. A proporção de falências é mais elevada neste setor do que na maior parte dos outros setores. A construção enfrenta igualmente uma escassez de mão de obra. A falta de trabalhadores qualificados pode aumentar os custos salariais e constitui um problema grave em muitos mercados avançados. A médio prazo, poderá tornar-se um grave problema estrutural na Europa. O setor enfrenta igualmente pressões significativas para reduzir o seu impacto ambiental, sendo responsável por 36% do consumo global de energia e por 40% das emissões de CO2.

 

Na área do euro, o crescimento em 2023 será de 1,8%, apoiado sobretudo pelo investimento público. A Crédito y Caución prevê que a engenharia civil cresça 5,8%, impulsionada pelo plano de recuperação NextGenerationEU. No entanto, condições de crédito mais restritivas pesam sobre o investimento privado e sobre a disponibilidade de crédito, enquanto os custos de mão de obra e de materiais permanecem elevados. Isso será sentido fortemente no subsetor residencial, onde o crescimento da construção estagnará em 2023 e 2024. A construção não residencial também vai abrandar nos próximos meses. Para 2024, a seguradora de crédito espera que o crescimento do setor da construção seja ainda mais modesto, na ordem dos 1,1%.

 

Sobre a Crédito y Caución


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