É a Índia a nova China?

A quantidade e a qualidade dos investimentos atraídos pelo mercado indiano apontam para que se torne a próxima "fábrica do mundo".
 

Lisboa - 13-set-2023

 

 

O mercado indiano está a receber cada vez mais atenção por parte de empresas dos Estados Unidos e dos principais mercados europeus que procuram maior estabilidade comercial e diversificação das suas cadeias de abastecimento. A Índia e a União Europeia pretendem concluir um acordo de livre comércio a curto prazo. O mercado asiático já assinou acordos comerciais com a Austrália e os Emirados Árabes Unidos e também estão na calha acordos com o Canadá e o Reino Unido. 

 

A quantidade e a qualidade do investimento que o país atrai sugerem que, em muitos aspetos, a Índia se tornará a próxima "fábrica do mundo". No contexto das atuais tensões geopolíticas, a Índia tem a vantagem de a participação da China nos seus produtos manufaturados ser inferior a 5%. Ao contrário de muitos países do Sudeste Asiático, não faz parte de uma cadeia de abastecimento centrada na China.

 

Como parceiro comercial, a Índia oferece crescentes atrações estruturais e demográficas. A sua população de 1,4 mil milhões de habitantes garante uma mão de obra qualificada, especialmente orientada para a tecnologia, custos relativamente baixos e um mercado interno em expansão. O país tem capacidade de produção e as suas capacidades logísticas estão em desenvolvimento para garantir as cadeias de abastecimento. Entre as notas negativas da Índia está a sua história protecionista, que pode reduzir a sua competitividade quando se trata de atrair investimento estrangeiro, certas dificuldades nas ligações logísticas de primeira e última milha, excesso de burocracia e lentidão na resolução de conflitos legais ou execução de contratos.  

 

A Administração lançou a iniciativa Make in India, desenhada para impulsionar a produção nacional, facilitar o investimento, promover a inovação, proteger a propriedade intelectual e construir infraestruturas. Neste âmbito, o Plano de Incentivos Ligados à Produção oferece incentivos desde 2020 às empresas que registem aumentos nas suas vendas durante cinco anos. Os setores farmacêutico, alimentar, das telecomunicações, dos eletrodomésticos, automóvel e dos componentes poderão ter um grande peso no futuro, uma vez que são abrangidos por este plano.

 

"Para aumentar a produção em grande escala na Índia e manter a qualidade, são necessárias melhores infraestruturas e mão de obra qualificada. Para levar todas essas fábricas e outras empresas de componentes a investir na Índia, é importante garantir que as políticas são muito sólidas. Ainda há lacunas que devem ser abordadas e levará algum tempo para substituir a China, que tem uma enorme vantagem", explica Meghna Nair, diretora de riscos da Atradius Índia.

 

Sobre a Crédito y Caución


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