O país asiático enfrenta uma dívida pública próxima dos 225% do PIB e os desafios demográficos afetam já a sua competitividade internacional
A complexidade do cenário internacional e o enfraquecimento dos estímulos fiscais fizeram com que o crescimento do Japão fosse inferior a 1% em 2018. De acordo com o relatório divulgado pela Crédito y Caución, as projeções para 2019 e 2020 mantêm a evolução desta economia asiática abaixo desse patamar.
O crescimento das exportações vai desacelerar devido à queda da procura chinesa e ao aumento do risco de protecionismo. No entanto, será compensada pela procura interna, num contexto de redução do desemprego e de aumento dos salários. Em outubro de 2019, é esperada uma subida dos impostos sobre o consumo, o que provavelmente terá impacto nas despesas das famílias. Os investimentos das empresas continuam a aumentar, impulsionados por um aumento dos gastos em Pesquisa e Desenvolvimento e pelos Jogos Olímpicos de 2020, a realizar em Tóquio. Com a inflação esperada bem abaixo da meta dos 2%, espera-se que o Banco do Japão não introduza mudanças na política monetária, com taxas de juros negativas.
Após um longo período de flexibilidade fiscal, o Japão enfrenta níveis de dívida pública próximos dos 225% do PIB. Cerca de 90% desta dívida está nas mãos de credores nacionais, que constituem uma base de financiamento menos suscetível à fuga de capitais, mas manter um nível de dívida tão elevado é dispendioso e o seu aumento pode tornar-se insustentável.
Além da elevada dívida pública, o país enfrenta desafios demográficos: a população está a diminuir e a população ativa também decresce, o que gera uma base tributária cada vez mais reduzida, aumento das despesas com pensões, escassez de mão-de-obra em alguns setores e custos laborais mais elevados que já afetam a competitividade internacional do país.
Para alcançar uma recuperação sustentável e impulsionar o desempenho económico a longo prazo, o Japão precisa urgentemente de flexibilizar o seu mercado de trabalho, acabar com a proteção aos agricultores, médicos e empresas farmacêuticas, e introduzir uma maior desregulamentação do comércio. O governo anunciou repetidamente a sua intenção de abordar estas questões, mas teremos de esperar para ver se estas reformas estruturais profundas serão realizadas.
Sobre a Crédito y Caución
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