As insolvências tiveram um crescimento homólogo de 12,3% nos primeiros nove meses deste ano. Os setores mais penalizados são: serviços, hotelaria e restauração e setor transformador. A criação de novas empresa recua 26,7%.
As insolvências voltaram a crescer em setembro, que se afirma como o mês deste ano com maior número de insolvências, 660 registos. Face ao ano passado, este valor traduz um incremento de 53,5%. Este é o valor mais elevado verificado em setembro desde 2017.
No global do ano, há registo de 3.877 insolvências, com mais 424 empresas insolventes, o que traduz um incremento de 12,3% face ao período homólogo de 2019.
Por tipologia, até final de setembro, as insolvências requeridas tiveram um aumento de 5% (mais 38 empresas que no ano passado), enquanto as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas registam uma subida de 22,1%, evoluindo de 778 casos em 2019 para 950. Nestes primeiros nove meses foi declarada a insolvência de 2.100 empresas, mais 220 que no mesmo período do ano passado. Os encerramentos com planos de insolvência tiveram uma redução de 15%.
Por distritos, Lisboa e Porto mantêm as posições dianteiras, com a cidade Invicta a liderar em valores absolutos com 986 insolvências contra 806 em Lisboa. Em termos percentuais, Lisboa apresenta um incremento de 18,5% face ao desempenho de 2019, enquanto o Porto vê o indicador crescer 12,9%. Contudo, os maiores aumentos verificam-se em Castelo Branco (*56,4%), Angra do Heroísmo (+46,2%), Faro (+39,7%), Viana do Castelo (+39,2%), Madeira (+26,3%), Évora (+23,3%) e Beja (+20%). Contudo, num cenário de incremento de insolvências há quatro distritos com variações negativas: Horta (-33,3%), Coimbra (-19,8%), Guarda (-15,2%) e Aveiro (-0,3%). Vila Real tem variação nula, com 32 insolvências.
O setor transformador é o que regista o maior número de insolvências até final de setembro (917), seguido pelos serviços (776), construção e obras públicas (540), comércio a retalho (461), comércio por grosso (452) e hotelaria e restauração (340). Contudo, o maior aumento percentual pertence ao setor das telecomunicações (+166,7%), seguido pela hotelaria e restauração (+30,8%) e pelos serviços (+22,8%). Apenas o setor da agricultura, caça e pesca apresenta uma variação negativa de 9,1%, enquanto o setor da eletricidade, gás e água tem uma variação nula face a de 2019 (oito insolvências).
Menos 10.179 empresas em termos homólogos
As constituições recuaram 5,6% em setembro face ao ano passado, com menos 203 novas empresas, para um total de 3.452 constituições. No acumulado, a queda é mais acentuada, com menos 10.179 empresas, valor que traduz um decréscimo de 26,7%. Nos primeiros nove meses deste ano foram criadas 27.900 empresas.
No distrito de Lisboa surgiram 8.664 novas empresas, o que traduz um decréscimo de 31,5% face a 2019. No Porto foram criadas 5.005 empresas, menos 28% que no período homólogo do ano passado. Distritos em destaque em termos absolutos são também Braga (2.174 novas empresas), Setúbal (1.939), Faro (1.528) e Aveiro (1.414 constituições). Todos os distritos apresentam variações negativas com as mais acentuadas a verificarem-se em Setúbal (-33,4%), Lisboa (-31,5%), Madeira (-31,1%) e Ponta Delgada (-30,8%).
Todos os setores de atividade têm redução no número de novas empresas constituídas, com os maiores recuos a registarem-se nos serviços, com menos 4.313 constituições para um total de 12.332 novas empresas (-25,9%). O setor de transportes perdeu 1.605 constituições face ao ano passado alcançando um total de 1.632 novas constituições (-49,6%). O ramo da hotelaria e restauração perdeu 1.212 constituições face a 2019, com um total de 2.817 (-30,1%) nos primeiros nove meses deste ano.
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