Economia portuguesa reforça capacidade de financiamento

O estudo Economia de Portugal entre 1947 e 2017 da Iberinform Portugal, filial da Crédito y Caución que oferece soluções de business intelligence, evidencia a capacidade competitiva das empresas portuguesas.
Analisis Credito y Caución
Madrid - 28-jul-2017

 

A economia de Portugal entre 1947 e 2017 aumentou substancialmente o seu grau de abertura ao exterior, que passou de 29,3% do produto interno bruto (PIB) para 85,2%. Ao longo de seis décadas, as importações foram significativamente superiores às exportações, até que, nesta década, com um maior crescimento do seu peso, as exportações passaram a ser superiores, tendo a balança comercial no 1.º trimestre de 2017 representado 1,2% do PIB.

 

 

Esta situação foi resultante das estratégias realizadas pelas empresas portuguesas que, por um lado, se integraram de forma cada vez mais favorável nas cadeias de valor mundiais e, por outro, se descondicionaram das limitações da procura interna. O contínuo crescimento das exportações, em aceleração com o aumento das suas quotas nas importações mundiais, continua a manifestar a capacidade competitiva das empresas portuguesas e o seu contributo decisivo para a economia nacional, mas necessitam de reforço político-económico.

As exportações de bens das empresas portuguesas passaram de uma quota nas importações mundiais de 0,32% em 2010 para 0,35% em 2016, um aumento de 7,7%. Apesar dos resultados muito favoráveis das exportações de bens, estas só conseguem cobrir parcialmente as importações de bens, tendo-se registado um défice da balança comercial de bens de 10.820 milhões de euros em 2016, menos 281 milhões relativamente ao défice de 2015. No 1.º trimestre de 2017 registou-se um défice de 2.610 milhões de euros, resultante dos aumentos dos saldos positivos nas bebidas, têxteis, vestuário e calçado, borracha e plásticos, minerais não metálicos (cerâmica, vidro, pedra), nos produtos metálicos e nos equipamentos elétricos.

São as exportações de serviços e o saldo positivo da balança comercial de serviços que mais do que compensam o défice da balança comercial de bens e que determinam um excedente da balança comercial. E por detrás deste excedente nos serviços estão fundamentalmente as viagens e turismo, que aumentaram as suas exportações no 1.º trimestre de 2017 em 12,4% (mais 245 milhões de euros) e as suas importações em 9,9%, (mais 86 milhões de euros), passando o saldo negativo de 1.110 milhões de euros em 2016 para mais 1.269 milhões em 2017.

A política económica cada vez mais integrada favoreceu também o forte aumento da procura interna, indutor de importações, mas que face à sua frágil sustentação na oferta interna, com a crise do final da última década, foi fortemente reduzido seu peso (cerca de menos 11%). A procura interna assente num conteúdo importado muito elevado não é sustentável e só o será com uma substituição competitiva de importações. São os veículos automóveis que continuam a estar por detrás desse aumento das importações, para a satisfação da procura externa e da procura interna. Os outros equipamentos (informáticos, eletrónicos, elétricos, óticos e outros equipamentos e máquinas), depois da quebra de 2015, voltaram de novo a aumentar em 2016 (6,6%) e no 1.º trimestre de 2017 (18,2%). Outra dimensão de dependência externa, os produtos agrícolas e alimentares também tiveram um aumento das importações em 2016 (3,4%) e no 1.º trimestre de 2017 (9,4%). O aumento das exportações está a compensar e a financiar as insuficiências da cobertura pela oferta interna da procura interna, mas terão que aumentar ainda mais e/ou existir substituições competitivas de importações, para que a procura interna possa aumentar de forma sustentável. A economia de Portugal está condicionada no seu mercado interno pelo excessivo endividamento do estado não reformado, pelas fragilidades das instituições financeiras com muitas imparidades e contingências, decorrentes das opções de risco realizadas e pelo excessivo endividamento das famílias.

Os graves problemas de necessidades de financiamento da economia portuguesa, manifestos no início da década, foram suavizados com o aumento das exportações, que permitiram às sociedades não financeiras passarem a ter capacidades de financiamento, com as empresas exportadoras a terem cada vez maior peso nos financiamentos e a manifestarem um risco muito menor em relação às outras empresas. Em 2016, a economia portuguesa reforçou a sua capacidade de financiamento do Resto do Mundo com a melhoria da capacidade de financiamento das sociedades não financeiras e com a diminuição das necessidades de financiamento do Estado, com continuidade no 1.º trimestre de 2017.

Com o aumento da sua taxa de exportações, as sociedades não financeiras criaram e acumularam mais valor e dinheiro, aumentaram a produtividade e diminuíram o seu risco estratégico, aumentaram a rendibilidade económica e diminuíram o risco económico, aumentaram a rendibilidade financeira e diminuíram o seu risco financeiro, diminuíram o seu risco de tesouraria, diminuíram a qualidade da informação e melhoraram a sua relação rendibilidade versus risco.

Os efeitos da nova política económica e do crescimento económico induzido pelas exportações fizeram-se sentir na diminuição da taxa de desemprego para níveis anteriores ao «ajustamento» (10,2% em 2016, 9,7% no 1.º trimestre de 2017), na diminuição da carga fiscal e na melhoria do Rendimento Nacional (RN) nas sociedades não financeiras, nas famílias e nas administrações públicas, com exceção do RN das sociedades financeiras. No entanto, a política económica que tem por objetivo aumentar o crescimento do PIB, por via do repetido estímulo da procura interna, seja pela política de rendimentos, seja pela política orçamental, mantém os seus riscos, sem o aumento da competitividade das exportações e da substituição competitiva de importações. O estímulo à procura interna numa economia demasiado dependente de importações tem induzido sempre um crescimento insustentável, sendo o sobre endividamento público e privado uma das suas manifestações.

 

Sobre a Iberinform

A Iberinform é a filial da Crédito y Caución que oferece soluções de gestão de clientes para as áreas financeiras, de marketing e internacional. Fornece bases de dados para a identificação de novos clientes e ferramentas que facilitam a gestão de riscos, a análise e acompanhamento de clientes ou setores. O seu serviço de informação empresarial possibilita a obtenção de relatórios de empresas em mais de 200 países ou territórios e aceder às maiores bases de dados de incumprimento bancário em Espanha, como o RAI e ASNEF Empresas.

 

Sobre a Crédito y Caución

Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 26%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento  das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Com uma quota de mercado mundial de 23%, somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países, com acesso a informação de crédito de mais de 240 milhões de empresas em todo o mundo. A nossa actividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.

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