Polónia, único país da União Europeia que cresceu em 2009

Empresas Polacas enfrentam negociações difíceis com a banca para extensão das linhas de crédito e muitas sofrem o aumento dos encargos financeiros.
Analisis Credito y Caución
Madrid - 10-mar-2010

A Polónia foi o único país da União Europeia a registar crescimento económico no ano passado, tendo atingindo 1,7%, de acordo com a estimativa preliminar do Departamento Central de Estatísticas da Polónia. O forte consumo interno foi o principal motor desse desenvolvimento impulsionado pelo decréscimo do desemprego nos últimos anos e, na generalidade, por um nível de endividamento das famílias e empresas inferior ao de outros países.

Apesar de nos últimos 12 meses as exportações e as importações terem diminuído, as exportações ultrapassaram as importações. As empresas exportadoras continuam a beneficiar de um zloty fraco,  especialmente em mercados sensíveis ao factor preço, o que compensa, em parte, a diminuição global da procura externa. No entanto, e desde o final de 2009, o zloty tem mostrado uma tendência de valorização o que leva os especialistas da Crédito y Caución a prever nova valorização face ao Dólar Americano e Euro ao longo de  2010.

Para uma média empresa polaca o principal problema é a liquidez, pelo efeito dominó que se gera na cadeia de abastecimento com o avolumar de atrasos nos pagamentos. Tal como em 2009, nos próximos meses os sectores que serão mais afectados pelos atrasos nos pagamentos serão o da indústria do aço, dos materiais de construção e da electrónica de consumo. Nos últimos meses, a Construção tem sido severamente afectada pelas difíceis condições climatéricas. O Retalho sofreu com o baixo consumo no período natalício, especialmente nos equipamentos electrónicos domésticos. Em contrapartida,  os especialistas da Crédito y Caución perspectivam o sector farmacêutico e alimentar como os mais estáveis.

Empréstimos mais difíceis para as empresas

As empresas polacas ainda enfrentam duras negociações com a banca para reforçarem as linhas de crédito, e muitas sofrem com o aumento dos encargos financeiros, resultante da  procura dos bancos em equilibrar as suas contas.

O sector bancário parece igualmente afastar-se dos sectores mais críticos e estão a reduzir de forma notória a sua exposição a esses sectores. O efeito que a apresentação de resultados de 2009 das empresas auditadas terá nas decisões dos bancos relativamente à manutenção das linhas de crédito e nos respectivos encargos inerentes é outra preocupação levantada pelos especialistas da Crédito y Caución. O crédito pessoal também sofrerá com as condições mais apertadas.

Actualmente estima-se um crescimento de 2,2% do PIB em 2010, resultado de uma recuperação das exportações e de um reforço dos fundos da União Europeia para melhorar as infra-estruturas [o governo pretende modernizar as vias rodoviárias e ferroviárias e construir cerca de 2.000 km de novas vias rápidas, a tempo do Campeonato de Futebol Euro 2012, co-organizado pela Polónia]. No entanto, o aumento do desemprego e a desaceleração do crescimento do crédito pode ainda reduzir mais o consumo privado.

A pesar do panorama mais positivo, os especialistas da Crédito y Caución estimam um aumento do número de insolvências em 2010, especialmente na indústria do aço e da construção, em virtude de serem tradicionalmente mais expostos aos atrasos de pagamento.

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