Insolvências judiciais das empresas cresceram 14% em 2011

No quarto trimestre de 2011, os níveis de insolvência superaram pela primeira vez, desde o início da crise, a barreira dos 3.000 processos trimestrais.
Analisis Credito y Caución
Madrid - 19-jan-2012

Durante o ano de 2011, registaram-se em Portugal quase 10.800 novos processos de insolvência, o que traduz um crescimento de 65% em relação a 2010. Esta é uma das conclusões do Departamento de Gestão de Risco da Crédito y Caución, que acompanha de perto os processos de insolvência publicados no Diário da República.

Quatro em cada dez processos são relativos a empresas, o que totaliza cerca de 4.731 casos de insolvência. Neste domínio, o crescimento em 2011 [+14%] foi muito semelhante ao registado em 2010. Os restantes cerca de 6.065 processos são relativos a pessoas físicas,  um crescimento de 154% em relação a 2009.

A insolvência judicial empresarial está longe dos 500 processos trimestrais, o nível médio registado a longo prazo. O aumento significativo iniciou-se no primeiro trimestre de 2009, ao superar os 1.000 processos e, após sete períodos de crescimento progressivo, o primeiro trimestre de 2010 ultrapassou os 2.000 processos trimestrais. Em apenas três trimestres, registaram-se mais de 3.000 processos de insolvência e, no quarto trimestre de 2011, ocorreram 3.182 novos processos. Este registo trimestral, o maior desde o início da crise económica, representou um crescimento de 79,2% comparativamente a 2010.

Análise dos diferentes setores

O crescimento geral dos níveis de insolvência judicial não aconteceu de igual forma em todos os setores. Os maiores níveis concentram-se nos setores diretamente relacionados com a queda do consumo. É o caso dos Serviços, um sector muito ligado ao comércio. Neste setor, que representa quatro em cada dez empresas em processo de insolvência, o crescimento do nível de insolvência judicial atinge os 32%. O setor que mais sofreu com a queda do consumo foi o dos Eletrodomésticos, com um crescimento de 56%, seguindo-se o da Eletricidade com 29%, da Alimentação e Distribuição com 22% e o Automóvel com 16%.

`A situação revelou-se mais grave nas empresas comerciais, já que as empresas industriais, orientadas em grande medida para a exportação, mostraram uma maior resistência à atual crise económica. Olhando para 2012 não há nenhum indício que permita antecipar uma diminuição destes níveis´, explica Paulo Morais, Diretor da Crédito y Caución para Portugal e Brasil.

Na conjuntura atual, a Construção apresenta-se como o setor com maior número de insolvências, depois dos Serviços. No entanto, os seus números têm estabilizado, um indicador de que o maior ajuste setorial já ocorreu.

Onde se regista o melhor comportamento? Nos setores Têxtil, onde as insolvências diminuem em 19%, Peles e Curtumes, Siderurgia, Mineiro e Metalúrgico e o de Bens e Equipamentos. Estes são setores intrinsecamente ligados à exportação ou à indústria em Portugal.

Acerca de Crédito y Caución

A companhia de seguros Crédito y Caución contribui há cerca de 80 anos para o crescimento das empresas, protegendo-as contra os riscos da falta de pagamento associados às suas vendas a crédito de bens e serviços. A Crédito y Caución tem uma quota de mercado de cerca de 33% em Portugal e de 60% em Espanha, o que faz com que seja líder do sector no mercado ibérico. Além disso, a companhia expandiu recentemente a sua actividade directa para o Brasil.

A Crédito y Caución é a operadora nos três mercados do Grupo Atradius, que está presente em 42 países através de 160 escritórios. A Atradius tem acesso às informações comerciais de 60 milhões de empresas em todo o mundo e é responsável por tomar mais de 20.000 decisões diárias sobre limites de crédito.

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