Os setores do aço, agricultura, alimentação, automóvel, bens de consumo duradouro, construção, eletrónica, financeiro, maquinaria, metalurgia, papel, serviços e têxtil apresentam um elevado risco de incumprimento.
A indústria viu-se afetada pelo aumento dos preços dos insumos e pelas questões ambientais, enquanto os preços de venda se mantiveram baixos. O confinamento afetou os transportes e as cadeias de fornecimento do setor. O valor acrescentado da agricultura sofrerá uma redução de quase 4% em 2020.
O setor sente o impacto do encerramento dos canais de distribuição, como a restauração. Esta situação está a afetar toda a indústria alimentar, com uma previsão de contração do valor acrescentado de 0,5% em 2020.
Os fabricantes e concessionários automóvel sofrem uma deterioração global das vendas de veículos de turismo e comerciais, o que provoca graves tensões de liquidez e um défice de caixa. As margens já estavam sob pressão antes mesmo do surto de coronavírus, devido às fracas vendas de 2019 e ao aumento dos investimento nos motores e na mobilidade elétrica. Em 2020, o valor acrescentado do setor automóvel sofrerá uma contração superior a 43%. Apesar das amplas medidas de estímulo, muitos subcontratados de nível 1 e 2 enfrentam um incremento do risco de crédito. Prevê-se que as insolvências aumentem substancialmente nos próximos meses.
O consumo privado de bens de consumo não alimentar deteriorou-se devido ao impacto do coronavírus, e muitos negócios fecharam temporariamente. Apesar das medidas de estímulo lançadas pelo Governo, o sentimento dos consumidores debilitou-se e o aumento do desemprego constitui um obstáculo à recuperação, a curto prazo. Prevê-se que o valor acrescentado das vendas a retalho diminua 13% em 2020. As insolvências vão aumentar acentuadamente nos próximos meses.
O setor já apresentava um mau desempenho antes do surto de coronavírus. As suas margens são muito estreitas, com o risco creditício concentrado nos operadores de menor dimensão. O valor acrescentado da construção irá sofrer uma redução de 18% em 2020. Devido à recessão económica, as empresas são afetadas pelo adiamento de projetos e pela redução de encomendas, o que limita os fluxos de caixa e a rentabilidade. Espera-se um aumento substancial das insolvências nos próximos meses.
As vendas deterioraram-se acentuadamente devido ao encerramento de negócios pelo confinamento durante o primeiro semestre de 2020. Alguns retalhistas enfrentam redução dos fluxos de caixa. Contudo, as despesas em bens e serviços digitais aumentaram com o impulso dado pelo teletrabalho. Embora se anteveja que o valor acrescentado das TIC diminua mais de 5% em 2020, a diminuição da atividade será menor que noutros setores. Prevê-se uma rápida recuperação de 7% no valor acrescentado gerado pelas TIC em 2021.
O aumento dos problemas financeiros de empresas e consumidores, que acarreta um aumento dos empréstimos improdutivos, continua a ser um importante risco para o setor. Contudo, as poupanças das famílias cresceram, o que proporciona recursos adicionais.
As perspetivas deterioraram-se já que as encomendas e a produção diminuíram acentuadamente. A procura nacional e internacional de setores compradores chave, como o setor automóvel e a aeronáutica, caiu e espera-se que se mantenha moderada. O valor acrescentado da engenharia irá contrair mais de 11% em 2020 e, para muitas empresas, os elevados custos fixos serão difíceis de absorver. As insolvências vão crescer nos próximos meses.
Os setores do aço e da metalurgia sentem os impactos negativos da deterioração da procura por parte dos principais setores compradores, como o setor automóvel, de aeronáutica, construção e maquinaria. A procura vai manter-se ténue nos próximos meses, sem que seja de esperar uma recuperação significativa. O valor acrescentado do aço vai sofrer uma contração superior a 21% em 2020, seguida de um aumento de 10% em 2021. No caso da produção de metais, a contração ascenderá a mais de 17% este ano, com uma recuperação de cerca de 6,5% em 2021. Muitas empresas siderúrgicas e metalúrgicas lutam com a diminuição dos fluxos de caixa, enquanto enfrentam elevados custos fixos. Prevê-se que as insolvências aumentem nestes setores.
Os produtores de papel veem-se afetados pela queda na procura resultante das medidas de confinamento e do atual processo de digitalização. O valor acrescentado vai cair 2%.
Muitas empresas químicas sofrem uma queda da procura decorrente das interrupções na sua cadeia de fornecimento. As questões logísticas também tiveram um impacto negativo nas empresas farmacêuticas, embora em menor escala. Prevê-se que o valor acrescentado dos produtos químicos sofra uma contração de 11% em 2020. Os farmacêuticos vão crescer 4%.
Devido às amplas medidas de confinamento e ao distanciamento social, muitos segmentos estão a ser fortemente afetados. Prevê-se que o valor acrescentado dos hotéis e da restauração contraia 20% em 2020. O Governo implementou medidas de estímulo para apoiar o setor. No entanto, muitos negócios ainda não reabriram e pode ser que nunca cheguem a abrir portas. Qualquer recuperação será lenta.
Os produtores, grossistas e retalhistas do setor têxtil, que já viviam uma situação difícil antes do surto de coronavírus devido à forte concorrência e às baixas margens, viram-se afetados pela deterioração das vendas com o confinamento e com a diminuição do consumo privado. A atividade, tanto na produção têxtil como na venda a retalho, manter-se-á moderada nos próximos meses. O valor acrescentado do setor têxtil sofrerá uma contração de 16% em 2020. Os retalhistas vão sobreviver com baixos rendimentos. Contudo, prevê-se um aumento das insolvências nos próximos meses.
Sobre a Crédito y Caución
Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 24%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países. A nossa actividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.
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