A ajuda externa continua a ser indispensável para a Ucrânia

O último relatório da Crédito y Caución analisa as consequências de um cenário em que a Ucrânia ficou sem ajuda externa para corrigir os seus desequilíbrios macroeconómicos.
 

Lisboa - 08-fev-2024

 

 

Desde o início da invasão em grande escala da Rússia, a Ucrânia tem enfrentado consequências humanitárias e económicas significativas. A economia do país contraiu-se quase um terço em 2022 e o Orçamento do Estado tornou-se consideravelmente desequilibrado. De acordo com o último relatório divulgado pela Crédito y Caución, o apoio internacional para cobrir as necessidades de financiamento da Ucrânia continuará a ser indispensável nos próximos anos. 

 

Entre 2022 e 2023, a Ucrânia recebeu quase 65 mil milhões de dólares para financiar o seu orçamento de Estado. Grande parte deste montante foi afetado ao aumento das despesas com a defesa e a segurança. O apoio acumulado já prometido pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por outros parceiros ocidentais ascende a 242 mil milhões de euros, dos quais 128 mil milhões de euros são ajuda financeira, 98 mil milhões de euros são ajuda militar e 16 mil milhões de euros são ajuda humanitária. No entanto, a implementação desta ajuda tem estado sob pressão nos últimos meses. Nos Estados Unidos, um pacote de 61 mil milhões de dólares foi bloqueado no Congresso e a União Europeia demorou meses a aprovar um pacote de 50 mil milhões de euros por bloqueio de um dos seus membros. No horizonte de 2024, uma mudança de administração nas eleições americanas de novembro pode acabar completamente com o apoio dos EUA à Ucrânia, colocando um fardo ainda maior sobre a União Europeia.

 

Esta mudança ocorre numa altura em que o curso futuro da guerra permanece incerto, com o conflito num impasse a sugerir que o resultado mais provável, até ao final de 2024 ou 2025, é o de um cessar-fogo sem um tratado de paz formal semelhante ao registado na Guerra da Coreia. A partir da cessação das hostilidades, a economia ucraniana entrará numa fase de recuperação lenta, em que os níveis do PIB anteriores à guerra só serão alcançados na próxima década. A longo prazo, o Banco Mundial estima que os custos de reconstrução e recuperação para restaurar energia, habitação, infraestruturas críticas e sociais, serviços básicos para os mais vulneráveis, gestão de riscos de explosivos e desenvolvimento do setor privado ascendam a 411 mil milhões de dólares, o que representa 2,6 vezes o PIB da Ucrânia antes da invasão. Um cenário em que a Ucrânia ficasse sem ajuda externa conduziria a grandes desequilíbrios macroeconómicos no processo. O FMI estima o déficit de financiamento da Ucrânia entre os 114.000 e os 140.000 milhões de dólares até 2027.

 

Sobre a Crédito y Caución


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