O risco de crédito na Áustria

Os setores austríacos de automóvel, construção, consumo duradouro, eletrónica, metalurgia, papel, químico, serviços, siderurgia e têxtil apresentam um alto riso de incumprimento.
 

Lisboa - 27-abr-2021

 

 

 

  • Agricultura - Risco baixo


No primeiro semestre de 2020, o setor foi afetado pelas consequências do confinamento no transporte, na cadeia de abastecimento e na disponibilidade de trabalhadores sazonais estrangeiros. No entanto, o desempenho do setor recuperou desde o segundo semestre de 2020, prevendo-se um aumento do valor acrescentado na ordem dos 4% em 2021, após uma redução estimada de 1% em 2020.

 

  • Automóvel e transporte - Risco muito alto


Os fabricantes e fornecedores de automóveis sofreram com o declínio global nas vendas de veículos de passageiros e comerciais o que causou graves tensões de liquidez e défice de caixa. As margens já estavam sob pressão antes da pandemia dadas as vendas dececionantes de 2019 e o aumento dos investimentos destinados à transição dos motores de combustão para a mobilidade elétrica. O valor acrescentado do setor automóvel deve recuperar apenas 9,5% em 2021, após uma contração estimada de 19,5% em 2020. Os incumprimentos e as insolvências ainda não aumentaram devido, em parte, ao amplo estímulo fiscal e à suspensão da obrigatoriedade de solicitar insolvência por endividamento excessivo. Espera-se que as insolvências aumentem a partir do segundo trimestre de 2020.

 

  • Construção e materiais - Risco alto


O setor já apresentava um mau desempenho antes da pandemia. As margens operacionais são muito baixas, com um maior risco de crédito concentrado nos operadores de menor dimensão.  Devido à forte recessão em 2020, as empresas foram afetadas pelo adiamento de projetos e pela redução do volume de encomendas. Estima-se que o valor acrescentado do setor tenha caído 3% em 2020.

 

  • Consumo duradouro - Risco alto


O consumo privado de bens de consumo não-alimentar deteriorou-se com o impacto do coronavírus e aos vários confinamentos. A falta de confiança dos consumidores e o aumento do desemprego poderiam dificultar a recuperação a curto prazo. Prevê-se que o valor acrescentado do setor recupere apenas 7% em 2021, após uma contração estimada de 18% em 2020. A morosidade e as insolvências ainda não aumentaram, principalmente devido a um amplo estímulo fiscal e à suspensão da obrigação de solicitar insolvência por endividamento excessivo. Contudo, as insolvências devem crescer no setor retalhista a partir do segundo trimestre de 2020.

 

  • Eletrónica e TIC - Risco alto


As vendas deterioraram-se devido ao encerramento temporário dos negócios durante os confinamentos. Contudo, prevê-se que em 2021 o valor acrescentado do setor das TIC aumente mais de 5%.

 

  • Financeiro - Risco baixo


O setor mantém-se relativamente sólido. Contudo, o aumento dos problemas financeiros das empresas e dos consumidores provocados pela recessão económica poderia conduzir a mais incumprimentos bancários e ao endurecimento das condições de empréstimo. O setor foi afetado por problemas de transporte e na cadeia de fornecimento durante o primeiro semestre de 2020. O valor acrescentado do setor deve aumente cerca de 1% em 2021.

 

  • Máquinas e engenharia - Risco médio


A procura nacional e internacional dos principais setores compradores voltou a aumentar a partir do segundo semestre de 2020. O valor acrescentado do sector deve crescer 9% em 2021, após uma contração estimada de 13,5% em 2020.

 

  • Metalurgia - Risco alto


Em 2020, os produtores de metais foram afetados pela deterioração da procura por parte dos principais setores compradores, como o automóvel, construção e máquinas. Prevê-se que o valor acrescentado do setor recupere apenas 4% em 2021, após uma contração estimada de 12% em 2020.

 

  • Papel - Risco alto


Os produtores de papel veem-se afetados por uma redução da procura devido às medidas de distanciamento social e à digitalização. Estima-se que o valor acrescentado do setor tenha diminuído 1,5% em 2020.

 

  • Químico e farmacêutico - Risco baixo


As empresas ativas nos setores químico e farmacêutico tendem a apresentar finanças sólidas, um bom histórico de pagamentos e uma baixa taxa de insolvência, em comparação com outros setores. Os produtores e grossistas de produtos farmacêuticos vão beneficiar do aumento das despesas com saúde, e o valor acrescentado do setor deverá aumentar quase 4% em 2021. Dito isso, o declínio na procura doméstica e global teve um impacto negativo no desempenho dos produtos químicos e estima-se que o valor acrescentado do setor tenha diminuído 2% em 2020.

 

  • Serviços - Risco alto


Devido às extensas medidas de confinamento e à pandemia, muitos segmentos continuam a ser muito afetados, especialmente a hotelaria, restaurantes, bares, espetáculos, eventos culturais, agências de viagens e operadores turísticos. Estima-se que o valor da hospitalidade tenha caído 17% em 2020, com uma recuperação esperada de 8% em 2021. Os incumprimentos e as insolvências ainda não aumentaram devido aos amplos estímulos fiscais e à suspensão da obrigatoriedade de requerer insolvência por endividamento excessivo. No entanto, espera-se que as insolvências aumentem significativamente no setor de serviços a partir do segundo trimestre de 2020. Os principais segmentos afetados serão hotéis, restaurantes e operadores turísticos.

 

  • Siderurgia - Risco alto


Em 2019, o declínio da procura das principais indústrias compradoras internas, como a construção, afetou os resultados de muitos fornecedores de aço austríacos, enquanto as exportações foram afetadas pela moderação da procura global. O mercado de aço é caraterizado por excesso de capacidade e forte concorrência. A pressão sobre as margens aumentou num setor em que muitas empresas já apresentavam uma baixa rentabilidade. Em 2020, a situação piorou ainda mais com a enorme recessão económica nacional e global causada pela pandemia. Estima-se que o valor acrescentado do setor tenha diminuído 14,5% em 2020, após uma contração de 6% em 2019. Em 2021, espera-se uma recuperação modesta de 4%. A morosidade e as insolvências ainda não aumentaram, principalmente devido a um amplo estímulo fiscal e à suspensão da obrigação de insolvências por endividamento excessivo. No entanto, espera-se que as insolvências aumentem no setor siderúrgico a partir do segundo trimestre de 2020.

 

  • Têxtil - Risco muito alto


Os produtores, grossistas e retalhistas já sofriam, antes da pandemia, uma concorrência feroz, margens curtas, diminuição das vendas, mudanças no comportamento dos clientes e aumento da concorrência dos novos retalhistas online. Os seus resultados deterioraram-se ainda mais devido à queda nas vendas durante os confinamentos. Prevê-se que o valor acrescentado do setor diminua 3% em 2021, após uma contração estimada de 3,5% em 2020. Os incumprimentos e as insolvências ainda não aumentaram, principalmente devido ao amplo estímulo fiscal e à suspensão da obrigação de declarar insolvência por endividamento excessivo. No entanto, espera-se que as insolvências aumentem no setor têxtil a partir do segundo trimestre de 2020.

 

Sobre a Crédito y Caución


A Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 24%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países.  A nossa atividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.
 

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