No terceiro trimestre de 2010, Portugal registou 1.730 novos processos de insolvência, número que representa um aumento de 37% relativamente ao período homólogo e 11% relativamente ao trimestre anterior. Os processos de insolvência em Portugal não param de crescer, sendo que neste trimestre atingiu o seu valor mais elevado dos últimos dois anos. Esta é uma das conclusões do Departamento de Gestão de Risco da Crédito y Caución, que acompanha de perto os processos de insolvência publicados no Diário da República. O aumento significativo dos níveis de insolvência empresarial teve início no primeiro trimestre de 2009, chegando a superar um milhar de processos trimestrais. Após sucessivos crescimentos trimestrais do número de insolvências, que atingiram no terceiro trimestre deste ano um valor superior a 1.700 processos, todos os indicadores deixam antever a manutenção desta tendência nos próximos períodos. Apesar de ter registado um aumento de 18%, um em cada três processos de insolvências continua a envolver empresas directamente relacionadas com o sector dos serviços. O segundo sector mais afectado é o da Construção, que diminui ligeiramente, seguido do sector Têxtil e da Alimentação/Distribuição, que registam crescimentos em torno dos 10 e 33% respectivamente. A análise inter-trimestral da Crédito y Caución regista uma recuperação em nove sectores e o aumento das insolvências em oito. Em comparação com o segundo trimestre, a maior intensidade foi registada no sector dos Electrodomésticos que duplicou o nº de processos de insolvência, Instalações [aumento de 71%] e Brinquedos [aumento de 57%]. Em contrapartida, os sectores que registam uma melhoria significativa são os das Máquinas e Ferramentas que reduziu para metade o nº de insolvências, Peles e Curtumes [48%] e Electricidade [46%]. De acordo com a análise feita pelos especialistas da Crédito y Caución, as persistentes dificuldades de acesso ao crédito pelas Pequenas e Médias Empresas tem dificultado a sua gestão de tesouraria sendo um dos principais factores que estão na base de muitos processos de insolvência judicial. Nesta conjuntura, o seguro de crédito é um instrumento que oferece algumas soluções orientadas para garantir a liquidez das empresas seguradas, nomeadamente através da antecipação do adiantamento das indemnizações subjacentes à apólice. Tendo presente estes dados concretos de crescimento sistemático e agravado dos níveis de insolvência, as duras projecções macroeconómicas das principais entidades nacionais e internacionais para a evolução da economia portuguesa e a grande incerteza relativamente ao final de 2010 e 2011, realçamos a extrema importância das empresas aumentarem a vigilância do risco, analisando os riscos comerciais associados a cada um dos clientes. Uma análise rigorosa dos limites de crédito que devem ser atribuídos em cada caso, será seguramente um instrumento que protegerá as empresas de uma perda por eventual situação de insolvência do cliente salienta Paulo Morais, Director da Crédito y Caución para Portugal e Brasil. |
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