O atraso nos pagamentos afeta 90% das empresas da Europa Ocidental

Cerca de 40% das faturas B2B na Europa Ocidental são pagas com atraso.
Analisis Credito y Caución
Madrid - 28-abr-2016

2016 será um desafio para a realização de negócios na Europa. Num ambiente onde se regista a diminuição dos preços das matérias-primas e a desaceleração da economia chinesa, o nível absoluto de falências na Zona Euro permanece 66% acima dos níveis anteriores aos da crise.

De acordo com o Barómetro de Práticas de Pagamento distribuído pela Crédito y Caución, neste ambiente, cerca de 90% das empresas da Europa Ocidental experienciaram, no último ano, situações de atraso no pagamento dos seus clientes empresariais. A morosidade afeta cerca de 40% do valor das faturas entre empresas. Os maiores níveis de morosidade dos clientes domésticos ocorrem na Itália, um dos principais mercados de exportação de produtos portugueses e na Grécia, onde atingiram quase 50% do valor das faturas. Em clientes de exportação, a morosidade mais elevada regista-se na Grã-Bretanha.

O Barómetro de Práticas de Pagamento para a Europa Ocidental difundido pela Crédito y Caución tem por base o comportamento de pagamento de clientes B2B de aproximadamente 3.000 empresas em 13 países. Num ambiente de elevada insolvência, a percentagem de empresas (58% face a 51% de 2015) que atribui a morosidade das suas operações domesticas à insuficiente disponibilidade de fundos dos clientes aumentou. Nas operações de exportação, esta percentagem também cresceu (40% face a 37% de 2015).

O não pagamento das faturas por parte dos clientes gerou um efeito dominó na cadeia de abastecimento. Quase 25% das empresas que participaram no Barómetro atrasaram o pagamento aos seus próprios fornecedores devido a atrasos de pagamento por parte dos clientes. Deste número, cerca de 20% adotou medidas especificas para corrigir os seus fluxos de caixa e cerca de 15% teve que recorrer a financiamento adicional.

 

Intenso efeito dominó no principal mercado de exportação portuguesa

Comparativamente a 2015, as empresas espanholas estão menos dispostas a vender a crédito aos seus clientes empresariais: apenas 43% do valor das suas faturas corresponde a vendas a crédito. O valor está acima da média europeia (41%), mas regista um retrocesso face a 2015 (49%). Esta menor propensão de venda a crédito pode refletir-se no desafiante ambiente de insolvências que se regista em Espanha.

Cerca de 87% das empresas espanholas experienciaram situações de morosidade de pagamento por parte dos seus clientes, o que afetou 42% do valor das suas operações. O efeito dominó de morosidade é mais intenso em Espanha do que nos mercados: 30% das empresas, seis pontos a mais do que na Europa, devem atrasar os seus próprios pagamentos a fornecedores e 20% aumentar os seus empréstimos bancários.

As empresas da Europa Ocidental parecem muito conscientes da necessidade de proteger a rentabilidade dos seus negócios contra o risco de não-pagamento. Cerca de 45% não modificarão a sua combinação de ferramentas de gestão de risco para assegurar um controlo firme sobre a gestão do crédito comercial. Cerca de 35% verificará mais frequentemente a sua solvabilidade e quase 33% aumentará a verificação do histórico dos clientes.

Andreas Tesch, Diretor do Departamento de Mercados da Atradius, afirma: “Espera-se que em 2016 as condições do mundo empresarial continuem difíceis em muitos mercados avançados. Devido ao aumento da incerteza, proveniente do exterior, em concreto devido ao preço das matérias-primas e ao abrandamento da china, na maioria dos mercados apenas se prevê uma ligeira melhoria dos níveis de insolvência. Na Zona Euro, o nível absoluto de insolvências é atualmente 66%, mais alto que os níveis anteriores à crise e prevê-se fortes aumentos de insolvência empresarial em países como a China, Brasil, Rússia e África do Sul. Com este pano de fundo, uma carteira de clientes diversificada e um bom controlo da gestão de faturas e o seguro de crédito podem aportar um grande valor para limitar os riscos de não-pagamento e garantir o crescimento da empresa, em momentos difíceis para a economia”.

 

Sobre a Crédito y Caución

A Crédito y Caución  é um dos operadores líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 25%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, há mais de 85 anos, protegendo-as dos riscos associados às vendas a crédito de bens e serviços. Desde 2008 é o operador do Atradius em Portugal, Espanha e Brasil.

Atradius é o operador global de seguros de crédito, presente em 50 países, que tem acesso a informação de crédito em mais de 200 milhões de empresas em todo o mundo. O operador global consolida a sua actividade no âmbito do Grupo Catalana Occidente.

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