O último relatório divulgado pela Crédito y Caución alerta para a situação do crescimento do comércio internacional. Entre 1992 e 2006, o comércio global alcançou taxas próximas dos 7%, que foram interrompidas abruptamente com a chegada da crise. A recuperação iniciada a partir de 2012 não conseguiu devolver o crescimento dos intercâmbios comerciais a estes níveis: entre 2012 e 2014, o comércio global cresceu em taxas interanuais próximas dos 3%. O relatório distribuído pela seguradora de crédito, líder em Portugal, sugere que a mudança é permanente e estrutural: a etapa de intenso crescimento do comércio global terminou, o que dificultará o crescimento das empresas exportadoras e o risco de crédito das suas vendas.
De acordo com a análise do relatório, a tendência do comércio em crescer frente ao PIB não começou até 1992. A mudança teve a sua origem na revolução tecnológica, que provocou uma redução de custos, a supressão de barreiras ao comércio que incentivou a globalização, a integração da China na economia mundial e as mudanças na cadeia de fornecimento, na procura de melhorias na eficiência e produtividade. Esta relação de dois para um [2:1] entrou num declínio suave a partir de 2000, tanto na zona euro, como nos Estados Unidos ou nos mercados emergentes. Entre 2000 e 2006, a relação passou de 2:1 para 1,5:1, se bem que a aceleração no crescimento do PIB compensou o efeito. A crise financeira provocou uma mudança abrupta na evolução do crescimento do comércio mundial.
Na nova etapa de crescimento iniciada a partir de 2012, a elasticidade do comércio relativamente à economia caiu significativamente. Actualmente, há uma paridade no crescimento, uma relação 1:1. Trata-se, de acordo com o relatório emitido pela seguradora, de uma mudança estrutural que explica porque nos últimos quatro anos o Fundo Monetário Internacional ou a Organização Mundial do Comércio sobrestimavam de forma sistemática as previsões de crescimento do comércio. `O facto de que o rácio fosse também próximo de um a nível global nos anos oitenta, sugere que, talvez, os anos noventa tenham sido uma exceção e que as coisas estão agora a voltar à normalidade´, afirma o relatório. O impulso dos acordos comerciais transatlântico e transpacífico poderia ter um efeito benéfico sobre os fluxos comerciais, mas não há previsões acerca da sua conclusão.
De acordo com o relatório, o crescimento mundial do comércio será modesto nos próximos anos. As previsões situam este crescimento, no final de 2015, nos 1%, sugerem uma aceleração em 2016, um ano em que o comércio crescerá acima do PIB, e uma queda nos anos posteriores, até taxas entre os 3% e os 4%.
Sobre a Crédito y Caución
A Crédito y Caución é um dos operadores líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 25%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, há mais de 85 anos, protegendo-as dos riscos associados às vendas a crédito de bens e serviços. Desde 2008 é o operador do Atradius em Portugal, Espanha e Brasil.
Atradius é o operador global de seguros de crédito, presente em 50 países, que tem acesso a informação de crédito em mais de 200 milhões de empresas em todo o mundo. O operador global consolida a sua actividade no âmbito do Grupo Catalana Occidente.
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