A Crédito y Caución prevê que nos próximos anos se assista a uma convergência dos diferentes mercados regionais: o gás, que custa hoje seis vezes mais na Ásia do que nos Estados Unidos, custará o mesmo em todo o mundo. Essa é uma das principais previsões retiradas do estudo divulgado pela Crédito y Caución `Gas Market Outlook´, que analisa o impacto que terão os dois fenómenos emergentes: a extração do gás de xisto e a distribuição do gás natural liquefeito.
`Ao contrário do que ocorre com o petróleo, não existe um mercado global do gás. Existem mercados regionais, sendo que os três principais são: Estados Unidos, Ásia e Europa´, refere o estudo. Os traçados dos gasodutos, a principal via de distribuição do gás, modelaram estas três regiões, que não se encontram ligadas entre si. A Rússia, que controla 26% do comércio mundial através de gasodutos, é a principal fonte de gás na Europa. Os Estados Unidos, a outra grande potência mundial, encontra-se interligado com o Canadá e com o México. O surgimento no mapa energético de uma terceira região, a Ásia, é muito mais recente: consome já 22% do gás mundial, quando apenas produz 12%.
As necessidades da Ásia motivaram o desenvolvimento de uma tecnologia alternativa aos gasodutos, o gás natural liquefeito [GNL]. `O comércio de GNL tem vindo a crescer como resultado do aumento do consumo na Ásia, onde a produção é muito limitada´, explica o relatório. Esta alternativa à distribuição, de custos sensivelmente superiores, consiste no arrefecimento do gás para os -162ºC, de forma a alterar o seu estado para líquido, diminuindo o seu volume 600 vezes, sendo viável o transporte marítimo. Embora este processo seja conhecido desde 1914, apenas em 1964 começou a ser utilizado pela Argélia, com o objetivo de servir o mercado francês e italiano. Segundo revela o estudo, `o GNL corresponde a três quartos do comércio de gás entre continentes, especialmente do Médio Oriente à Ásia.´
Os preços do gás nos três grandes mercados regionais evoluíram de forma divergente nos últimos anos. De acordo com as estimativas do estudo, desde o início do milénio, os preços do gás na Ásia triplicaram até serem os mais elevados do mundo. No mesmo período, os preços do gás duplicaram na Europa. Enquanto isso, nos Estados Unidos, os preços não deixaram de cair. Contudo, desde 2005, a produção de gás natural nos Estados Unidos acumulou um crescimento de 26%. Um dos principais fatores que explica esta evolução é a extração de gás de xisto e de ardósia, que exigem a aplicação de técnicas de perfuração horizontal e de fratura hidráulica de rochas. Esta exploração, que não apresenta restrições ambientais nos Estados Unidos, aumentou a sua produção, passado dos 11 biliões de metros cúbicos em 2000 para os 287 biliões em 2012.
Neste contexto, os Estados Unidos começaram a construir terminais de GNL para enviar o seu gás para todo o mundo. `As exportações dos Estados Unidos via GNL começaram a ter um papel para apoiar futuros crescimentos da sua produção, dada a diferença de preço entre os Estados Unidos e a Ásia´, explica o estudo. Esta capacidade exportadora dos Estados Unidos poderia chegar a ter um papel mais forte no mercado regional europeu.`Prevemos a convergência de preços entre regiões, invertendo a tendência da última década. O crescimento das exportações dos Estados Unidos, que foi mais elevado do que o planeado, bem como a descida do preço do petróleo poderiam reforçar este processo, sendo que e os preços do gás na Ásia e na Europa seriam, por consequência, mais baixos´, conclui o estudo.
Sobre a Crédito y Caución
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