Possibilidade de um Brexit sem acordo afeta os riscos de insolvência

A Crédito y Caución calcula que o crescimento das insolvências no Reino Unido seja 14% mais elevado no caso de um Brexit sem acordo

Madrid - 10-dez-2018

 

 

A menos de quatro meses para que o Reino Unido abandone a União Europeia (EU),  ainda não está claro como será o Brexit. Embora ambas as partes tenham alcançado um princípio de acordo, a incerteza sobre o processo de ratificação aumentou significativamente, o que volta a colocar sobre a mesa a possibilidade de um Brexit não negociado com impacto económico “significativo para o Reino Unido e num grau muito mais moderado para a União Europeia”, refere o mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución.

 

 

A curto prazo, o principal impacto económico viria da aplicação das tarifas da Organização Mundial do Comércio. Cerca de 16% das exportações europeias de bens para o Reino Unido enfrentariam tarifas médias de 4,3%. No caso britânico, 48% das exportações diretas para a União Europeia e outros 16% para países com acordos em vigor com a UE estariam sujeitos a uma tarifa média de 5,7%. A ameaça para os serviços é ainda maior. Sem uma harmonização regulamentar, as regras da Organização Mundial do Comércio não impediriam a União Europeia de bloquear os serviços oferecidos pelas empresas britânicas e vice-versa.

 

As insolvências no Reino Unido seriam 14% mais elevadas num cenário de Brexit sem acordo do que num cenário de transição suave, o que se traduz em cerca de 2.300 empresas afetadas. As insolvências no setor manufatureiro, que representam 10% do PIB e as exportações, seriam particularmente elevadas. Setores com cadeias de fornecimento altamente integradas, como a indústria automóvel, também poderiam assistir a uma concentração de insolvências. As barreiras não tarifárias teriam sérias consequências para setores altamente regulados, como os setores de alimentos e bebidas e produtos químicos.

 

“O aumento das tarifas sobre as exportações de bens e serviços pesaria sobre os lucros das empresas, enquanto o aumento das tarifas sobre produtos importados aumentaria a inflação no mercado doméstico. Uma libra mais fraca alimentaria mais a inflação e não seria suficiente para compensar os custos comerciais mais altos. A inflação mais alta também restringiria os gastos dos consumidores numa época em que o desemprego começaria a subir levemente, o que provavelmente levaria a mais insolvências nos setores do comércio a retalho e da hotelaria", acrescenta o relatório.

 

Para a União Europeia, as perspetivas de insolvência são muito mais brandas. No caso de Portugal e de Espanha, o relatório destaca o possível impacto de um Brexit duro no setor do turismo. A desvalorização do euro deveria ajudar as economias pequenas e intensivas em exportações na zona do euro (como os casos da Irlanda, Holanda e Bélgica), a aumentar as suas exportações para o resto do mundo. A Irlanda é o mercado da UE mais vulnerável a um Brexit não negociado. A Crédito y Caución prevê um crescimento de 4% nas insolvências, concentradas no setor manufatureiro, onde 44% de seu valor agregado total é proveniente das exportações para o Reino Unido, seguidas do setor alimentar.

 

Sobre a Crédito y Caución

 

Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 27%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Com uma quota de mercado mundial de 24%, somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países.  A nossa actividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.

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