Economias emergentes travam insolvencias no mercado Farmacêutico europeu

Um mercado doméstico em dificuldade contrabalançado por um ritmo de exportações em franco crescimento: este é o retrato mitigado do sector farmacêutico europeu para diversos países em 2011
Madrid - 22-fev-2011

Um mercado doméstico em dificuldade contrabalançado por um ritmo de exportações em franco crescimento: este é o retrato mitigado do sector farmacêutico europeu para diversos países em 2011. Esta realidade é apresentada pela Crédito y Caución no seu último Market Monitor observatório sectorial que traça as previsões sobre o grau de insolvência e incumprimento nas empresas. Nesta edição foram observados cinco países da Europa Ocidental e América Central: França, Alemanha, Suíça, Suécia e México.

A redução do investimento público na saúde, a pressão para a descida do preço dos medicamentos e a expiração de um número significativo de patentes, têm contribuído para um corte importante nas margens de lucro da indústria Farmacêutica e perspectivado uma situação difícil para os mercados domésticos. Na Europa, o crescimento do sector Farmacêutico não prevê superar os 1% a 3%. Em contraste, o sector das exportações floresce conduzido pelas economias emergentes que aumentam substancialmente o seu investimento na Saúde. Só o mercado Chinês promete, nesse sector, um crescimento de mais de 25%. O mercado Farmacêutico dos principais países emergentes perspectiva, segundo a IMS Health, um crescimento de 15% a 17% para um valor entre 170 e 180 mil milhões de dólares. A Europa e os EUA têm aqui, segundo o Market Monitor da Crédito y Caución, a sua grande oportunidade de negócio e consolidação.

França

O mercado Farmacêutico francês viu o seu volume de negócios global crescer 2,7% durante os primeiros nove meses de 2010 em relação ao período homólogo de 2009 - uma evolução conduzida principalmente pela procura externa que, apesar de perspectivar um forte crescimento das exportações para o sector, não chega para animar o crescimento do mercado farmacêutico doméstico que diminuiu cerca de 2%. Se, por um lado, os laboratórios farmacêuticos beneficiam ainda do seu prestigiado know-how e do elevado proteccionismo estatal, já distribuidoras e farmácias enfrentam um futuro menos tranquilo, com os sucessivos cortes públicos empreendidos no sector da Saúde, com elevados custos fixos e um mercado interno extremamente concorrencial. Em 2009, o nível de insolvências subiu, segundo a Crédito y Caución, mais de 50% no sector da distribuição e 10% no subsector farmacêutico. A tendência manteve-se em 2010 e o número de falências prevê aumentar em 2011. Os pagamentos na indústria farmacêutica são apesar de tudo feitos em 35 dias, não estando previstos agravamentos a esse nível.

Alemanha

O sector Farmacêutico alemão assume uma posição mais consolidada que o francês, diferenciando-se pela sua forte e tradicional posição nos mercados internacionais. Apesar dos desafios internos associados às medidas de regulação do sector empreendidas pelo governo, com taxas obrigatórias e congelamento dos preços dos medicamentos, a indústria farmacêutica alemã espera crescer, em termos de benefícios líquidos 13% em 2011, beneficiando das medidas de redução de custos empreendidas nos últimos dois anos. O sector caracteriza-se por um elevado nível de solvência e liquidez que não deixa, segundo a Crédito y Caución, antever alterações nos próximos 12 meses, nem mesmo ao nível dos prazos de pagamento, estimados em 45 dias.

Suíça

Na Suíça, o volume de negócios da industria Farmacêutica diminuiu 2,5 % no terceiro trimestre de 2010 comparado com o período homólogo de 2009, isto à medida que o preço dos medicamentos diminuía e que o mercado suíço dos Cuidados de Saúde estagnava. A situação do sector foi, no entanto, compensada, pela boa performance do País nos mercados externos. A exportação de produtos farmacêuticos não foi afectada pela crise tendo aumentado 7,7 % em 2010, comparado com os níveis anteriores à crise (2008). Esta posição permite prever a estabilidade dos prazos de pagamento e do número de falências para os próximos meses. A saúde financeira do sector Farmacêutico suíço anuncia boas perspectivas de crescimento nos mercados emergentes.

Suécia

Comparado com outras indústrias, o sector Farmacêutico apresenta, na Suécia, uma baixa taxa de insolvências, apesar de se perspectivar nesse ponto um ligeiro aumento para 2011, muito em consequência da desregulação do mercado Farmacêutico empreendido em 2009 pelo Estado. O prazo de pagamento tem permanecido estável nos últimos 6 meses, não sendo um indicador negativo deste sector. O desafio para a Suécia passa actualmente por encontrar uma nova geração de produtos que compense os efeitos resultantes da expiração de patentes a ocorrer nos tempos mais próximos.

México

No México, o sector Farmacêutico beneficia de um constante e gradual aumento da procura resultante do envelhecimento populacional, mas sofre, por outro lado, de margens de lucro reduzidas devido à concorrência dos genéricos e a uma elevada competitividade ditada pela entrada de novos players internacionais no mercado. Segundo o Market Monitor da Crédito y Caución, os prazos de pagamento da indústria Farmacêutica mexicana situam-se entre os 90 e os 120 dias e, não tendo registado deterioração durante a crise económica, prevêem, tal como no caso do número de insolvências, manter-se estáveis nos próximos seis meses.

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