Europa faz comércio e não guerra

A crescente insegurança quanto à política comercial dos EUA pressiona a União Europeia a fechar cinco acordos de livre comércio com os principais parceiros comerciais.

Madrid - 05-abr-2018

O crescente protecionismo dos Estados Unidos está a pressionar a União Europeia (EU) a acelerar a conclusão das negociações de vários acordos de livre comércio com os principais parceiros comerciais. Esta é a conclusão do mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución, a principal seguradora de crédito na Península Ibérica, que analisa a situação das cinco negociações pendentes que poderiam ser resolvidas em 2018.

 

 

A renovação em 2019 do Parlamento Europeu e de muitas das chancelarias europeias marca a agenda. Após um 2017 marcado pela assinatura do acordo comercial com o Canadá, 2018 é "um ano crucial para concluir as negociações comerciais" com o México e o bloco MERCOSUL - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - e para a ratificação final dos acordos já fechados que garantem o livre comércio no sudeste asiático com o Japão, Singapura e Vietname.

 

As negociações sobre o acordo comercial com o Japão, a terceira maior economia do mundo com 127 milhões de consumidores e o sexto maior mercado de exportação da UE, terminaram em dezembro de 2017. O relatório prevê que o processo de aprovação do acordo pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu aconteça no verão de 2018, abrindo este mercado em especial aos setores alimentar, automóvel, bens de consumo duradouro, construção, maquinaria e químico-farmacêutico.

 

O processo de negociação com o MERCOSUL acelerou desde 2017 e é intenção de ambas as partes finalizá-lo antes do verão de 2018. Os mercados do MERCOSUL, que juntos representam a sétima maior economia do mundo com 260 milhões de consumidores e o décimo maior destino de exportação da UE, são relativamente fechados com elevadas barreiras comerciais, o que oferece à União Europeia uma vantagem de primeiro jogador.

 

No México, a intenção de ambas as partes é rever o tratado em vigor desde 2000 antes do verão de 2018. Este tratado cobre principalmente produtos industriais, mas pretende-se adicionar produtos alimentares, serviços, investimentos e concursos públicos.

 

As negociações com Singapura terminaram em 2014, mas o acordo, que iria melhorar o acesso ao mercado asiático por parte das empresas financeiras, de serviços, transportes e telecomunicações, aguarda ratificação pelas autoridades comunitárias e pelos parlamentos dos Estados-Membros da UE. Por sua vez, o acordo com o Vietname foi fechado em 2016.

 

"Enquanto as medidas protecionistas continuam a fazer manchetes, a União Europeia avança diligentemente no sentido de estabelecer novos acordos comerciais e de atualizar os existentes", refere o relatório. “A ameaça de um crescente protecionismo global estimulou os esforços de Bruxelas e dos seus parceiros de negociação para acelerar a conclusão dos atuais diálogos sobre acordos de livre comércio" alcançando compromissos "mesmo em questões delicadas e controversas.” “Enquanto os EUA recuam no cenário mundial, a União Europeia expande os seus acordos de livre comércio em todo o mundo", conclui o relatório.

 

Sobre a Crédito y Caución

 

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