O Acordo-quadro de Windsor não resolverá os problemas comerciais do Reino Unido

O acordo assinado recentemente é importante para as relações com a União Europeia, mas pouco fará pela economia do Reino Unido na medida em que diminui o comércio com a Europa.
 

São Paolo - 17-mai-2023

Quase sete anos depois do Reino Unido votar a favor do Brexit, o Acordo-quadro de Windsor recentemente assinado com a União Europeia (UE) encerra uma das questões mais complexas do cenário pós-Brexit. O novo acordo reduzirá os controlos de rotina sobre os bens que entram na Irlanda do Norte a partir da Grã-Bretanha, suavizando as barreiras criadas no mercado interno do Reino Unido. As mercadorias destinadas à Irlanda do Norte circularão por uma "via verde", evitando as declarações de exportação e os trâmites associados, enquanto as destinadas à União Europeia seguirão por uma "via encarnada" sujeitas aos controlos de rotina habituais.

 

O acordo evita uma fronteira dura na ilha da Irlanda e facilita os fluxos comerciais através do Mar da Irlanda, mas não irá mitigar o impacto do Brexit na economia britânica. As barreiras comerciais geradas pelo Brexit criaram um lastro sem paralelo para a economia britânica. Prevê-se que o Reino Unido registe em 2023 o menor crescimento de todas as economias do G7 e é pouco provável que a sua economia alcance os níveis de PIB pré-pandemia antes de meados de 2024. 

 

Os números são claros. Em 2022, o comércio do Reino Unido com o Resto do Mundo (668.000 milhões de libras esterlinas) passou a ser mais relevante do que o comércio com a UE (617.000 milhões), o que acontece pela primeira vez desde que o Instituto Nacional de Estatísticas Britânico começou a reunir dados. "Desde o Brexit que barreiras não alfandegárias em forma de burocracia aduaneira e incerteza regulatória perturbam o comércio entre o Reino Unido e a União Europeia. A economia do Reino Unido foi aparentemente de mal a pior ao longo de 2022 e continuará a ser a de pior rendimento em 2023 entre as grandes economias industriais do G7", afirma a economista da seguradora de crédito, Dana Bodnar.

 

Prevê-se que a expansão económica do Reino Unido se limite a 0,3% em 2023, seguida de uma modesta recuperação de 1,3% em 2024. A inflação aumentou bruscamente em 2022, afetando consideravelmente o poder de compra dos consumidores. As taxas de juro continuam elevadas, os preços do imobiliário continuam a cair e é provável que a concessão de empréstimos hipotecários continue reduzida. "As restrições estruturais da oferta, os efeitos fiscais limitados e as interrupções comerciais após o Brexit agravam o impacto negativo da guerra na Ucrânia sobre a inflação energética, a confiança dos consumidores e as cadeias de fornecimento das empresas", salienta Dana Bodnar.

 

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