A Covid-19 deixa lastro na economia mundial

Os problemas de fornecimento impedem os fornecedores de satisfazer a procura 
 

São Paolo - 25-jan-2022

A forte crescimento do PIB na maior parte do mundo em 2021 poderá ser mais um ressalto do que uma tendência. O poder de compra, reforçado em muitos casos pela intervenção dos governos, foi sólido em 2021. Apesar da forte procura de produtos, os problemas na cadeia de fornecimento deixaram as prateleiras das fábricas vazias e fizeram disparar a inflação. Nos Estados Unidos, o aumento dos preços alcançou os 4,6%, a taxa mais alta dos mercados avançados, e espera-se que se mantenha relativamente elevada, em torno dos 4%, em 2022. A inflação na Zona Euro alcançou os 2,5% e prevê-se que se mantenha próxima deste nível, nos 2,3%, em 2022. Isto poderia travar a procura em 2022 e 2023, o que provocaria um abrandamento das taxas de crescimento e um aumento das insolvências. 

 


Com as novas variantes mais contagiosas da Covid-19, que fizeram as taxas de infeção subir a máximos históricos, o impacto da pandemia provocou novas medidas de contenção que se traduzem em menores níveis de tráfego, lojas e estabelecimento de hotelaria fechados, menos viagens, escritórios ainda com pouco pessoal e zonas centrais com menor frequência. Apesar disso, em particular a procura de produtos de consumo duradouro foi boa. Contudo, fazer estes produtos chegar ao mercado foi um problema. A pandemia desencadeou uma série de constrangimentos na cadeia de fornecimento que atrasaram o envio de matérias-primas e produtos acabados, esgotaram os níveis de stock e aumentaram os custos de transporte. Todos estes fatores, que provocaram uma escalada de preços, especialmente intensa nos combustíveis devido aos limites de produção da OPEP e à escassez de gás, permitem prever um menor crescimento do PIB em 2022 e 2023 apesar do aumento da procura.


Embora o aumento da inflação esteja a desgastar o poder de compra, esperamos que o crescimento do PIB mundial abrande, mas que se mantenha positivo. Apesar do aumento da inflação, houve um acumular das poupanças dos consumidores o que, em certa medida, deveria compensar a inflação. As interrupções da cadeia de fornecimento deverão atenuar-se na segunda metade de 2022 e em 2023. Isto, juntamente com a política monetária principalmente nos mercados avançados, deveria criar um certo alívio da inflação. 


John Lorié, economista chefe da Atradius, refere: "A nossa opinião atual sobre a situação é que os níveis atuais de inflação são temporários e não vão perdurar. As pressões inflacionistas vão desvanecer-se em grande medida nos próximos dois anos, já que a fase atual reflete uma situação invulgar. As pressões salariais continuam a ser relativamente baixas e as expetativas de inflação mantêm-se bem ancoradas. Vemos que a elevada inflação está gradualmente a obrigar os bancos centrais a iniciar um endurecimento monetário, mais nos Estados Unidos do que na Zona Euro".

 

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