Os setores automóvel, consumo duradouro, metalurgia, serviços, siderurgia e têxtil apresentam um alto risco de incumprimento nos Países Baixos.
Enquanto as exportações de flores e plantas recuperaram rapidamente depois da enorme contração em março e abril de 2020, o rendimento dos produtores de frutas e legumes foi misto. A procura da hotelaria deteriorou-se, mas foi compensada pela procura dos supermercados. As boas condições meteorológicas deram lugar a uma colheita abundante, mas isto também implicará uma maior pressão sobre os preços de venda. O valor acrescentado da agricultura deverá contrair ligeiramente este ano, cerca de 0,5%.
O encerramento dos restaurantes afetou quase toda a indústria alimentar. A venda grossista de alimentos para hotéis, empresas de caterings e restaurantes diminuiu significativamente e não parece provável uma recuperação a curto prazo. Contra a tendência geral, as insolvências no setor da alimentação aumentaram em 2020. O segmento da carne viu-se negativamente afetado pelas redução das vendas internacionais, devido aos confinamentos noutros países europeus. Isto também afeta a indústria de processamento de batatas. Contudo, a venda de alimentos a retalho continua a funcionar bem na medida em que beneficiou da enorme queda dos gastos dos consumidores em restauração. Em geral, prevê-se que o valor acrescentado da alimentação aumente mais de 4% em 2021.
O ano passado, o setor automóvel viu-se afetado pela deterioração das vendas de veículos de passageiros e de comerciais, enquanto o transporte foi afetado pela diminuição do tráfego e pela redução dos pedidos da área logística durante o confinamento no início de 2020. No setor de transporte, o segmento aéreo é o mais afetado. Calcula-se que em 2020 o valor acrescentado do setor automóvel e de transporte tenha sofrido uma redução de 20% e 12,5%, respetivamente. Prevê-se que o setor automóvel recupere 18% em 2021 e que no transporte a recuperação seja de cerca de 7,5%, mas continuam a existir riscos de baixa devido aos confinamentos e à propagação da pandemia. Embora as falências empresariais ainda não tenham aumentado, espera-se que o façam no segundo semestre de 2021, após a diminuição das atuais medidas de estímulo lançadas pela Administração para apoio às empresas.
Depois de vários anos de um sólido rendimento, o volume da construção diminuiu 1% em 2020. Em 2021 espera-se uma descida adicional de 4% já que o impacto da contração económica de 2020 será sentido mais tarde neste setor do que noutras indústrias. A construção residencial será afetada pelo menor poder aquisitivo das famílias, enquanto a construção comercial enfrentará uma redução do investimento em escritórios decorrente do aumento do teletrabalho. Os materiais de construção beneficiam do aumento das renovações e reformas e, nessa medida, prevê-se que o valor acrescentado deste setor aumente 7% em 2021.
O consumo privado de bens de consumo não alimentar deteriorou-se em 2020, com muitos negócios fechados temporariamente devido aos confinamentos. Contudo, no ano passado, alguns segmentos como a bricolage e os centros de jardinagem beneficiaram da pandemia. Após uma sólida recuperação no segundo trimestre de 2020, o novo confinamento em finais de 2020 deteriorou ainda mais a tensa situação de risco de crédito de muitos retalhistas com lojas físicas. Embora o comércio retalhista online continue a beneficiar da pandemia, o aumento das vendas não compensa as perdas de volume de negócios sofridas pelas lojas físicas. Calcula-se que o valor acrescentado do setor tenha contraído 2% em 2020 e prevê-se que cresça cerca de 1% em 2021. Graças às medidas de estímulo ainda em vigor, a maioria dos retalhistas conseguiu sobreviver, mas um confinamento prolongado causaria graves dificuldades financeiras a muitos deles. Prevê-se que as falências de negócios a retalho aumentem em 2021, mas a intensidade desse aumento dependerá da duração dos confinamentos e da evolução das medidas de estímulo da Administração.
Estima-se que o valor acrescentado das TIC tenha contraído 2% em 2020. As vendas deterioraram-se fortemente devido ao encerramento temporário de empresas imposto pelo confinamento. Contudo, os gastos das empresas e dos empregados em bens e serviços digitais aumentou devido ao forte incremento do teletrabalho e espera-se que esta tendência se mantenha em 2021. O comércio grossista de hardware beneficia do aumento do volume de vendas. Em 2021, prevê-se que o valor acrescentado das TIC aumente mais de 1%. Uma recessão económica mais duradoura é um risco de baixa na medida em que levaria a uma diminuição das despesas das empresas em TIC.
O setor mantém-se relativamente sólido, mas poderia ser afetado por uma recessão económica prolongada. O aumento dos problemas financeiros tanto das empresas como dos consumidores, poderia dar lugar a mais incumprimentos junto da banca e a um endurecimento das condições do crédito. Prevê-se que o valor acrescentado do setor financeiro diminua cerca de 2% em 2021.
Os investimentos das empresas manufatureiras em máquinas e artigos relacionados diminuiu nos Países Baixos e no resto da União Europeia em 2020, mas vislumbra-se uma recuperação no segundo semestre de 2021. É esperado que o valor acrescentado da engenharia aumente mais de 5% em 2021.
As encomendas e a produção foram afetadas pela recessão económica nos Países Baixos, já que se estima que o PIB tenha contraído mais de 4% em 2020. A procura de setores compradores chave, como a construção, vai continuar a ser modesta. É esperado que o valor acrescentado dos metais recupere apenas 7% este ano, após uma contração estimada de 11% em 2020.
A indústria do papel tem pouca relevância nos Países Baixos, comparativamente com outros setores de atividade. O impacto da pandemia poderia revelar-se positivo para alguns subsetores, com mais pessoas com tempo para ler, mas negativo para outros. A diminuição das receitas da publicidade devido à recessão económica poderia obrigar algumas revistas ou jornais a abandonar o mercado. As falências poderiam começar a aumentar no segundo semestre de 2021, dependendo de quando diminuam ou terminem as atuais medidas de estímulo lançadas pela Administração para apoiar às empresas.
Embora a procura de produtos farmacêuticos seja sólida e se preveja que o valor acrescentado do setor aumente 3,5% em 2021, as encomendas e a produção dos subsetores químicos viram-se afetadas pela recessão económica nacional e mundial de 2020. Enquanto a procura de setores compradores chave como a construção e o setor automóvel continua modesta, a procura adicional de produtos de higiene e de plásticos é positiva. Prevê-se que o valor acrescentado dos produtos químicos cresça mais de 3% este ano.
Devido às extensas medidas de confinamento no primeiro semestre de 2020 e de novo em finais do ano passado, muitos segmentos foram afetados, em especial a hotelaria, restaurantes, bares, espetáculos, eventos culturais, feiras, aeroportos, turismo, agências de viagem e operadores turísticos. Calcula-se que o valor acrescentado da hotelaria tenha contraído cerca de 38% em 2020, com uma previsão de recuperação de apenas 13% em 2021. Todo o setor de serviços diminuiu 6,5% o ano passado e prevê-se outra contração de 1% em 2021. Ainda não se verificou um aumento substancial da morosidade e das insolvências no setor, o que se deve principalmente às amplas medidas fiscais destinadas a apoiar a economia. Contudo, prevê-se que as falências aumentem no segundo semestre de 2021, dependendo da data de diminuição ou termo das atuais medidas de estímulo da Administração.
As encomendas e a produção viram-se afetados pela recessão económica nos Países Baixos, já que se estima que o PIB tenha contraído mais de 4% em 2020. A procura de setores compradores chave, como a construção, manter-se-á modesta, de momento. Espera-se que o valor acrescentado do aço recupere apenas 7,5% este ano, após uma contração estimada de 16,5% em 2020.
Se os produtores, grossistas e retalhistas já apresentavam problemas antes da pandemia devido à forte concorrência e às margens limitadas veem-se agora afetados pela deterioração das vendas devido aos confinamentos. Estima-se que o valor acrescentado dos produtos têxteis tenha diminuído cerca de 10% em 2020 e que os retalhistas se vejam afetados principalmente pelos encerramentos. Em 2021 é esperada uma recuperação de cerca de 4,5%. No entanto, ainda não se verificou um aumento substancial da morosidade e das insolvências no setor. Isso deve-se às amplas medidas fiscais destinadas a apoiar a economia. Contudo, espera-se que as falências empresariais aumentem no segundo semestre de 2021, dependendo da data de diminuição das atuais medidas de estímulo da Administração.
Sobre a Crédito y Caución
Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Brasil, com uma quota de mercado de 16%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Portugal. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em 50 países. A nossa actividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.
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