Melhoria das insolvências estagna na Alemanha

Pela primeira vez desde 2010, a Alemanha não vai registar uma melhoria substancial nos níveis de insolvência. Espanha registará uma diminuição nas falências de empresas, embora continuem em níveis muito acima dos anteriores à crise.
Analisis Credito y Caución
Madrid - 16-mai-2017

O mais recente relatório da Crédito y Caución sobre a evolução das economias na Europa Ocidental prevê a estagnação dos níveis de insolvência na Alemanha em 2017, país onde pela primeira vez desde 2010 não se espera uma melhoria substancial neste indicador. Em 2016, embora o número de falências de empresas na Alemanha tenha caído quase 7%, houve um aumento no passivo dos credores, devido à quebra de grandes empresas. No geral, em todos os mercados europeus as falências de empresas apresentam valores superiores aos registados em 2008. 

 

Em Espanha, o relatório prevê uma diminuição nas falências de empresas na ordem dos 8%, impulsionada pelo crescimento do PIB, pela robustez do consumo, pela diminuição do desemprego e pelo aumento do investimento, da produção industrial e das exportações. Apesar desta evolução, os níveis de insolvência em Espanha continuam muito acima dos valores anteriores à crise. A desalavancagem das famílias e das empresas continuou durante o ano de 2016, mas os seus níveis de endividamento continuam acima da média da zona euro.

 

Em França, após se atingirem máximos históricos em 2015, os níveis de insolvência diminuíram em 2016. Em 2017, o relatório agora divulgado da Crédito y Caución prevê uma nova diminuição de 5%, embora observe que o número de insolvências irá permanecer acima dos níveis anteriores à crise, num ambiente de crescimento económico modesto, abaixo da média da zona euro.

 

Em Itália, em 2017, prevê-se uma diminuição modesta nas insolvências, após anos de constantes aumentos, em linha com o desempenho económico débil do país e os problemas de liquidez das empresas italianas, agravados pelo comportamento de pagamento do setor público. Em 2017, espera-se uma descida nas insolvências de 4%, mas o número de casos continuará a duplicar os valores de 2008.

 

Na Áustria, apesar da melhoria do crescimento do PIB impulsionada pelo consumo interno, pela diminuição do desemprego e pelo aumento das exportações, as insolvências aumentarem 1,5% em 2016, e prevê-se que este ano tenham um incremento superior na ordem dos 3%.

 

Na Bélgica, os níveis de fracasso empresarial mantêm-se estáveis em 2017, num enquadramento de crescimento económico modesto, embora ainda sensivelmente acima dos valores pré-crise.

 

Na Irlanda também se espera que as falências de empresas diminuam. Após seis anos de aumento, as insolvências irlandesas começaram a descer em 2013. Esta tendência positiva desacelerou em 2016, mas vai manter-se em 2017, na ordem dos 3%. Dito isto, o Brexit gera alguma incerteza. A economia irlandesa cresceu em 2015 e 2016, assente numa procura interna sólida, no investimento e no crescimento das exportações, mas as empresas dependentes das exportações para o Reino Unido estão a sofrer com a depreciação da libra face ao euro.

 

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