O Sudeste Asiático enfrenta em 2015 a sua integração como mercado único

Os países da ASEAN, encontram-se divididos entre os complexos cenários políticos, a falta de reformas estruturais e o forte crescimento das suas economias
Analisis Credito y Caución
Madrid - 17-fev-2015

O Sudeste Asiático enfrenta em 2015 um momento crucial da sua história. A Associação de Nações do Sudeste Asiático [ASEAN] prevê formar uma Comunidade Económica denominada AEC, que irá promover de forma significativa o comércio interno e externo na região, os investimentos e o fortalecimento da região como bloco económico. A AEC congregará dez países num só mercado regional de livre fluxo de bens, serviços, investimentos, capital e mão-de-obra. Espera-se que em 2015 as suas economias cresçam até 5,1%, mais meio ponto do que em 2014, graças ao aumento do consumo privado [4,8%] e ao crescimento das exportações [5,7%].

A Indonésia, a Malásia, as Filipinas, Singapura, a Tailândia e o Vietname fazem parte desta Comunidade Económica, com características bem diferenciadas, tanto a nível político, como económico. A integração reduziria as barreiras comerciais, aumentaria os fluxos comerciais e as oportunidades de investimento. Não obstante, existem dúvidas se os diversos países da região se encontram preparados para a integração. Neste contexto, não se descarta um possível adiamento do lançamento da AEC, previsto inicialmente para 2015.

Indonésia

A Indonésia enfrenta profundos problemas estruturais. A Crédito y Caución prevê que o crescimento em 2015 acelere até posicionar-se acima dos 6%. Apesar da taxa de crescimento satisfatória, o fragmentado cenário político coloca obstáculos às reformas que se encontram pendentes, como os problemas de burocracia, corrupção, deficiências no sistema legal, inflexibilidade do mercado laboral e barreiras para o investimento estrangeiro. O défice orçamental cresceu desde 2010, impulsionado pelos subsídios aos combustíveis, que consomem 15% do orçamento nacional. O recente corte destes subsídios vai permitir aliviar o orçamento e aumentar as despesas em infraestruturas, saúde e educação.

Malásia

As peculiaridades da Malásia centram-se na sua população, uma mistura étnica e religiosa de muçulmanos malaios, chineses budistas, indianos hindus e indígenas, geradora de tensões raciais latentes. Em 2015, a Crédito y Caución prevê uma descida de mais de um ponto do crescimento do PIB, até 4,8% num ano marcado pela descida das exportações, pelo crescimento do consumo privado, pelo investimento e por importantes infraestruturas, como o comboio de alta velocidade. O retorno do negócio na Malásia é hoje mais favorável que o dos seus vizinhos da região, à exceção da vizinha Singapura, que apresenta um setor financeiro forte. Até agora também têm tido défices orçamentais elevados, devido aos subsídios aos combustíveis que agora começam a reduzir-se. Espera-se que o défice do orçamento diminua cerca de 3% em 2015, como consequência da subida de impostos.

Singapura

Singapura também tem uma população heterogénea composta por cidadãos de origem chinesa, malaia e indianos tamil hindus, sendo que em contraste com a vizinha Malásia, as tensões raciais são insignificantes. Centro financeiro para o Sudeste da Ásia, a economia de Singapura é, em certa medida, vulnerável, devido à sua grande dependência da procura dos seus sócios comerciais. Espera-se que em 2015 o crescimento económico supere os 3,4%, impulsionado pelos investimentos sobretudo em infraestruturas.

Filipinas

As Filipinas enfrentam problemas de segurança na região de Mindanau do Sul, devido às atividades dos muçulmanos rebeldes separatistas, e uma deterioração das suas relações com a China desde 2013. As pequenas empresas expressaram a sua crença de que a criação de um mercado único não será benéfica para elas. Desde 2012 que o crescimento económico tem vindo a ser muito elevado principalmente devido ao consumo privado, que representa cerca de 70% da economia, e também pelo aumento da procura de exportações, como a eletrónica. Em 2015 espera-se que o PIB cresça acima dos 6%, com uma classe média em crescimento. A expansão económica vê-se confrontada com um ambiente de negócios difícil, a corrupção e as deficiências ao nível das infraestruturas.

Tailândia

Durante 2013 e 2014, a instabilidade na Tailândia intensificou-se, conjugando manifestações massivas com violentos protestos de rua, que culminaram em maio de 2014 num golpe militar. Não são esperadas eleições gerais, pelo menos até 2016. Até agora, a estabilidade política foi recuperada com uma profunda divisão política, social e económica entre o norte urbano e o sul rural. Esta situação afetou a confiança do consumidor, nacional e internacional, e a desaceleração do crescimento económico, que em 2014 caiu para 0,5%. Em 2015 espera-se uma certa recuperação, até 2,9%. O setor bancário tailandês encontra-se relativamente bem desenvolvido e saudável do ponto de vista financeiro, embora não seja comparável à Malásia e à Singapura. As pequenas e médias empresas do país solicitaram a criação de um fundo para assegurar que terão recursos suficientes para aproveitar as oportunidades da criação do mercado único.

Vietname

O Vietname sofre do aumento das tensões com a China pelas reivindicações no conflito do Mar da China Meridional. O Vietname move-se lentamente de uma economia comunista centralizada num sistema de socialismo de mercado. O crescimento desacelerou desde a crise financeira de 2008, posicionando-se numa economia muito orientada para a exportação, especializada em têxteis e calçado. Atualmente, a economia está a movimentar-se para outros setores como a eletrónica. 

 

Sobre a Crédito y Caución

A Crédito y Caución  é um dos operadores líderes em seguro de crédito interno e de exportação. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, há mais de 85 anos, protegendo-as dos riscos associados às vendas a crédito de bens e serviços. Desde 2008 é o operador do Atradius em Brasil, Espahna e Portugal.

Atradius é o operador global de seguros de crédito, presente em 50 países, que tem acesso a informação de crédito em mais de 100 milhões de empresas em todo o mundo. O operador global consolida a sua actividade no âmbito do Grupo Catalana Occidente.

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