A China apresenta uma situação interna estável, com uma administração centrada em criar emprego, desenvolver uma rede pública de segurança social e preservar o elevado crescimento económico, que aumentou o PIB per capita de 847 dólares em 2000 para 7.645 em 2014. Nos últimos anos, o crescimento económico da China dependeu em grande parte do investimento, que proporcionalmente ao PIB, cresceu mais de 50%, impulsionado pela expansão do parque habitacional, da infraestrutura local e da capacidade de produção. Juntamente com uma expansão massiva do crédito desde 2008, os investimentos ineficientes criaram uma bolha no mercado imobiliário e as empresas e governos locais alcançaram níveis elevados de dívida.
A China tem destacado repetidamente que se encontra preparada para aceitar um crescimento mais lento e restaurar o equilíbrio, afastando-se de uma economia baseada no investimento e dependente das exportações, a favor de uma economia mais orientada para os serviços e baseada no consumo. Do lado da oferta, tem como objetivo gerar um maior crescimento da inovação e da produtividade, reduzindo ao mesmo tempo os investimentos não rentáveis. Do lado da procura, luta por aumentar as receitas e o consumo dos agregados familiares para criar um equilíbrio mais sustentável entre o consumo e o investimento.
O crescimento económico da China continua o seu abrandamento. Para este ano, espera-se que o PIB aumente 7,3%, a taxa mais baixa desde 1999, e está previsto que em 2015 caia até os 7,0%. A inflação caiu desde finais de 2011 e prevê-se que este ano seja de 2,1%. Esta inflação modesta significa que o Banco Popular da China tem margem para abrandar a política monetária. Em novembro, o Banco Central decidiu reduzir as taxas de juro de referência pela primeira vez desde julho de 2012, 40 pontos base até os 5,6%, de forma a reduzir os custos de financiamento das empresas mais pequenas face à desaceleração do crescimento. O défice orçamental da China aumentou com o incremento do gasto na segurança social, contudo mantém-se relativamente baixo, em torno dos 3% do PIB.
Ainda que a China não seja totalmente imune à enfraquecida procura externa, os principais riscos para o crescimento futuro estão relacionados com o seu mercado interno. É preciso conter o crescimento do crédito e as atividades bancárias na sombra, já que a expansão dos investimentos desde 2008, associados ao elevado crescimento do crédito, gerou níveis altos de dívida para governos locais e empresas. As vulnerabilidades financeiras visíveis nos setores financeiro, empresarial e imobiliário e nas administrações locais encontram-se interligadas. Um colapso num setor poderia provocar uma reação em cadeia noutro.
A situação do mercado imobiliário é especialmente crítica: uma das principais preocupações é que a sobreavaliação percebida dos bens imóveis possa ser sujeita a uma forte correção. O setor bancário chinês permanece frágil, já que o crescimento elevado do crédito dos anos anteriores pode conduzir à deterioração da qualidade dos ativos no setor financeiro. Ainda que os empréstimos bancários não rentáveis se mantenham atualmente a um nível baixo (1%), esta percentagem irá aumentar inevitavelmente a médio-prazo, já que muitos empréstimos foram prolongados em vez de amortizados. Uma importante fonte da expansão massiva do empréstimo tem sido os bancos-sombra, cujas atividades extrapatrimoniais aumentaram devido a uma regulamentação mais estrita do sistema financeiro.
O endividamento dos organismos locais, fundamentais na política de estímulos em massa de 2008 e 2009, está estreitamente ligado aos potenciais problemas do setor bancário. Existe uma incerteza considerável sobre a qualidade dos seus investimentos em infraestruturas. Em finais de 2013, uma auditoria nacional revelou que a dívida dos governos locais totalizava 32% do PIB.
O desafio para as autoridades é a implementação de reformas que reduzam as vulnerabilidades e reequilibrem o crescimento económico a médio-prazo sem o desacelerar demasiado. Alguns setores, especialmente o do aço, têxtil, papel, construção naval, transportes marítimos, carvão e solar, enfrentam algumas dificuldades, principalmente devido ao excesso de capacidade, à pressão pelo capital de exportação e à falta de crédito.
O governo central tem um controlo ajustado da atividade económica e financeira do país e o seu défice público é pequeno. A dívida pública e externa é muito baixa e a China conta com grandes reservas internacionais. As poupanças nacionais são altas e realizam-se controlos de capital para limitar o risco de fuga. Tudo isto origina uma rede de segurança para a economia em caso de qualquer impacto externo ou interno.
Embora se espere que o abrandamento previsto do crescimento económico derive em dificuldades de amortização para as empresas mais significativas e um aumento dos incumprimentos, as autoridades irão intervir se se puser em risco a estabilidade financeira. Ao mesmo tempo, espera-se que se continue a tomar medidas para prevenir uma desaceleração repentina. A situação do mercado laboral é crucial, uma vez que gerar emprego suficiente é fundamental para prevenir o descontentamento social. No entanto, a continuação da dependência no apoio governamental e as medidas de estímulo poderão também agravar as vulnerabilidades da economia e por conseguinte aumentar o risco de uma maior recessão económica.
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