Acordo entre EUA e Canadá afasta possíveis pesadelos comerciais

O setor agrícola pode sofrer uma redução nas suas margens em 2019, uma vez que o USMCA tenha sido ratificado. Os setores do aço e do alumínio permanecem sob vigilância até que se alcance um acordo tarifário.

Madrid - 05-out-2018

O Canadá uniu-se ao México e aos Estados Unidos num novo acordo comercial que afasta a possibilidade de um potencial impacto em grande escala no comércio, nos lucros das empresas e no emprego na América do Norte. É provável que os efeitos económicos do novo acordo, denominado USMCA (United States Mexico Canada Agreement), sejam limitados, já que a impressão inicial é que se trata de um rebranding do NAFTA e não de um acordo completamente novo, mas injeta tranquilidade nos mercados quanto à continuidade dos fluxos comerciais entre os três países.

 

As regras de origem tornam-se mais exigentes para os fabricantes de automóveis, uma vez que a percentagem de veículos que deve ser produzida localmente aumentará gradualmente de 62,5% para 75%. É de se esperar que os fornecedores locais no Canadá, México e Estados Unidos tenham vantagens com este aumento, já que os fabricantes de equipamentos originais optarão por novos contratos. Além disso, cerca de 40%-45% da montagem final dos veículos deve ser realizada por trabalhadores que ganhem uma média igual ou superior a 16 dólares por hora. Embora esta medida seja dirigida ao México, onde os trabalhadores do setor ganham em média 3,5 dólares por hora, prevê-se que as empresas mexicanas mantenham a sua vantagem competitiva assente nos baixos custos laborais e aceitem a tarifa adicional esperada de 2,5%. Além disso, as quotas aumentam, deixando mais espaço para o crescimento.

 

Uma parcela de 3,6% do mercado de produtos lácteos canadiano será aberta a produtos dos EUA. No entanto, ainda será necessário estabelecer definições mais rigorosas sobre o que está incluído nessa quota. A previsão é de que os preços dos produtos lácteos no Canadá diminuam como resultado do aumento da concorrência dos Estados Unidos e de outros mercados através do acesso a 3,25% do mercado outorgado pelo Acordo Transpacífico.  A disposição sobre resolução de disputas permanecerá inalterada, o que constitui uma vitória do primeiro-ministro Trudeau. Uma notável exclusão do acordo refere-se às tarifas sobre as exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos.

 

Em conclusão, o acordo manterá os fluxos comerciais na América do Norte e deve fortalecer os negócios entre os três países. A agricultura, que pode sofrer uma redução das suas margens, é um setor ao qual prestar muita atenção em 2019 quando o acordo tiver sido ratificado. Os setores do aço e do alumínio e as indústrias na sua dependência permanecem sob vigilância até que seja alcançado um acordo tarifário.

 

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