O risco de crédito na Eslováquia

Os setores automóvel, construção, maquinaria, metalurgia, serviços, siderurgia e têxtil apresentam um alto risco de incumprimento na Eslováquia.
 

Lisboa - 22-abr-2021

 

 

 

  • Agricultura - Risco médio


No primeiro semestre de 2020, o setor agrícola foi afetado pelas consequências do confinamento nos transportes e na cadeia de abastecimento. Estima-se que o valor acrescentado do setor tenha diminuído 2% no ano passado. Face a 2019, a colheita de 2020 teve maiores rendimentos por hectare, enquanto os custos energéticos diminuíram. Em 2021, o valor acrescentado deverá aumentar mais de 5%.

 

  • Alimentação - Risco médio


Embora muitos produtores alimentares tenham beneficiado do aumento do consumo doméstico e da redução dos preços da energia em 2020, algumas empresas tiveram de lidar com as consequências adversas do confinamento nos transportes, na cadeia de abastecimento e no encerramento de hotéis e restaurantes. De modo geral, as perspetivas para o primeiro semestre de 2021 são estáveis, com previsão de crescimento do valor acrescentado do setor na ordem dos 3% este ano.

 

  • Automóvel e transporte - Risco alto


Estima-se que o valor acrescentado do setor automóvel tenha diminuído 12,5% em 2020. Produtores e fornecedores têm sofrido com a queda global nas vendas de automóveis de passageiros e comerciais, o que tem provocado graves tensões de liquidez e falta de caixa. As margens já estavam sob pressão antes da pandemia, devido às fracas vendas de 2019 e ao aumento dos investimentos para enfrentar a transição dos motores de combustão para a mobilidade elétrica. Embora se tenha registado uma recuperação na produção de automóveis na segunda metade de 2020, os volumes de produção e vendas caíram novamente a partir do quarto trimestre de 2020 devido ao segundo confinamento em toda a Europa. Embora não tenha havido um aumento substancial nos incumprimentos e nas insolvências em 2020, não é de excluir que estes indicadores aumentem nos próximos meses. As perspetivas para o desempenho automóvel no primeiro semestre de 2021 são bastante más, mas a médio prazo o setor deverá beneficiar dos enormes investimentos anunciados para os próximos anos.

 

  • Construção e materiais - Risco alto


As margens operacionais no setor são muito apertadas, com maior risco de crédito para os operadores de menor dimensão. Devido à recessão de 2020, as empresas veem-se afetadas pelo adiamento de projetos e pela redução do volume de encomendas. Após uma queda significativa de 18% no valor acrescentado do setor no ano passado, as previsões apontam para que esta tendência de contração se mantenha no primeiro semestre de 2021. Embora no segundo semestre de 2020 não tenha havido aumento substancial dos incumprimentos bancários e das insolvências é esperado que ambos aumentam nos próximos meses.

 

  • Consumo duradouro - Risco médio


O consumo privado de bens de consumo não alimentar deteriorou-se devido ao impacto do coronavírus, com muitas empresas temporariamente encerradas devido aos confinamentos. No entanto, o comércio eletrónico e as vendas online de bens de consumo duradouro aumentaram. Os novos confinamentos provocaram outra contração no setor no quarto trimestre de 2020. Prevê-se um aumento dos incumprimentos e das insolvências no primeiro semestre de 2021. O aumento do desemprego, o diferimento do pagamento das prestações bancárias das famílias e a diminuição dos rendimentos podem ter um impacto adverso no sentimento dos consumidores e nos gastos das famílias em 2021.

 

  • Eletrónica e TIC - Risco médio


As vendas de produtos eletrónicos e de TIC foram afetadas negativamente pelo encerramento temporário de empresas devido aos confinamentos. Embora as papelarias mais pequenas tenham lutado por sobreviver, os retalhistas de produtos eletrónicos conseguiram compensar o declínio geral com fortes vendas online, embora à custa de uma redução das margens. Estas vendas foram impulsionadas pela maior procura de equipamentos de home office (telefones, portáteis, etc.) devido ao aumento do teletrabalho. A perspetiva de desempenho para 2021 permanece estável. No entanto, devido à segunda vaga da pandemia e ao consequente declínio da confiança do consumidor, espera-se que as famílias aumentem as suas poupanças no primeiro trimestre de 2021, adiando as suas despesas para o final do ano.

 

  • Financeiro - Risco médio


Um grande número de empresas eslovacas enfrentou uma redução de rendimentos em 2020, tendo, portanto, de aumentar o endividamento para cobrir o défice de financiamento do capital circulante. Isto resultou num aumento dos empréstimos a empresas apoiados pelo Estado, incluindo o diferimento das prestações bancárias de empréstimos com garantias do Estado. Espera-se uma deterioração dos incumprimentos em 2021.

 

  • Maquinaria e engenharia - Risco alto


Principalmente no primeiro semestre de 2020, os investimentos dos fabricantes em máquinas e artigos relacionados deterioraram-se, enquanto as empresas de engenharia enfrentaram problemas relacionados com as restrições do coronavírus na circulação transfronteiriça de funcionários. Não ser vislumbra qualquer recuperação significativa. Espera-se que as insolvências aumentem no primeiro semestre de 2021, após o termo da proteção temporária ao devedor e dos apoios estatais.

 

  • Metalurgia - Risco alto


No primeiro semestre de 2020, os produtores de metais sofreram com a deterioração da procura por parte dos principais setores compradores, como o automóvel, construção civil e máquinas. O levantamento das medidas restritivas e a reabertura de empresas tiveram um impacto positivo na atividade no segundo semestre de 2020, tendo o setor beneficiado do reaquecimento da procura na indústria automóvel e do aumento dos preços dos metais. No entanto, espera-se que a procura volte a desacelerar, à medida que as atuais medidas de distanciamento social e a segunda vaga da pandemia afetem os resultados económicos.

 

  • Papel - Risco médio


O sector continua a ser afetado pela digitalização que provocou uma diminuição da procura nos últimos dois anos. Esta tendência acelerou-se durante a pandemia. Contudo, de momento, as perspetivas de rendimento continuam a ser boas e, em 2021, prevê-se que o valor acrescentado do papel cresça mais de 5%.

 

  • Químico e farmacêutico - Risco médio


As empresas químicas e farmacêuticas costumam apresentar uma sólida situação financeira, um bom histórico de pagamentos e uma baixa taxa de insolvências, comparativamente com outros setores. As muitas empresas químicas que fornecem o setor automóvel foram afetadas pela diminuição da procura. Em geral, não se registou um aumento da morosidade, nem das insolvências em 2020, mas a evolução em 2021 depende em grande medida dos resultados das indústrias compradoras. Dentro da indústria farmacêutica, algumas empresas solicitaram prazos de pagamento mais amplos em 2020, mas prevê-se que o valor acrescentado cresça 8,5% em 2021 devido ao aumento das despesas sanitárias. 

 

  • Serviços - Degradação do risco de alto para muito alto


Devido às medidas de distanciamento social e ao encerramento de negócios no primeiro semestre e novamente a partir do quarto trimestre de 2020, diversos segmentos foram bastante afetados, principalmente os hotéis, restaurantes, bares, espetáculos, eventos culturais, agências de viagens e operadoras turísticos. Estima-se que o valor acrescentado do setor de hospitalidade tenha caído 7% em 2020. O governo promoveu apoios financeiros de emergência, como o diferimento das prestações bancárias, para ajudar as empresas a sobreviver. Embora isso tenha ajudado a evitar, por enquanto, um aumento acentuado dos incumprimentos e das insolvências, prevê-se que as falências comecem a aumentar substancialmente no primeiro semestre de 2021. O valor acrescentado do setor deverá estabilizar em 2021, após uma contração estimada de 8% em 2020.

 

  • Siderurgia - Risco alto


Em 2019, a procura de aço por parte da indústria manufatureira desacelerou, enquanto os produtores foram afetados pelo aumento dos custos da energia e da produção e pelas contínuas importações de aço chinês mais barato. Além disso, as regulamentações ambientais aumentam a pressão sobre a indústria. No segundo semestre de 2020, o levantamento do confinamento e a reabertura de empresas tiveram um impacto positivo na atividade tendo o setor beneficiado do ressurgimento da procura automóvel e da subida dos preços do aço. No entanto, espera-se que a procura diminua novamente, à medida que as atuais medidas de distanciamento social e a segunda vaga da pandemia afetem os resultados económicos.

 

  • Têxtil - Risco alto


Os produtores, grossistas e retalhistas já enfrentavam dificuldades antes da pandemia decorrentes de uma forte concorrência, margens limitadas, queda nas vendas, alterações no comportamento dos clientes e aumento da concorrência dos novos retalhistas online. Os resultados deterioraram-se ainda mais com a queda das vendas durante os confinamentos. Estima-se que o valor acrescentado do setor tenha contraído 17% em 2020. Em 2021, após o termo dos apoios estatais e das medidas de proteções aos devedores, prevê-se um aumento das insolvências.

 

Sobre a Crédito y Caución


A Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 24%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países.  A nossa atividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.
 

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