O risco de crédito na Coreia do Sul

Os setores automóvel, bens de consumo duradouro, construção, maquinaria, metalurgia, serviços, siderurgia e têxtil apresentam um elevado risco de incumprimento na Coreia do Sul. 
 

Lisboa - 19-fev-2021

 

 

 

 

  • Agricultura - Risco médio


As cadeias de abastecimento e de transporte do setor foram afetadas pelas medidas de confinamento no primeiro trimestre de 2020. Estima-se que o valor acrescentado do setor contraia mais de 3% em 2020. No entanto, espera-se uma recuperação rápida assim que a pandemia abrande.  

 

  • Alimentação - Risco médio


O transporte e a cadeia de abastecimento do setor foram afetados pelas medidas de confinamento e pela pandemia. Em 2021, o valor acrescentado deve crescer 2,3%, após uma contração de 2,2% em 2020. As vendas no canal online devem aumentar, pois os padrões de consumo alimentar afastaram-se do consumo fora do lar para o consumo em casa.

 

  • Automóvel - Risco elevado


Os fabricantes e fornecedores de automóveis sul-coreanos foram severamente afetados por interrupções na cadeia de fornecimento da China no primeiro trimestre de 2020, desencadeadas pelo surto de coronavírus. Além disso, sentiram o impacto de um declínio global nas vendas de automóveis de passageiros e de veículos comerciais. Isso levou a um declínio na produção, tensões de liquidez e falta de caixa para muitas empresas. Ainda não se materializou uma retoma. Estima-se que o valor acrescentado do setor contraia mais de 11% em 2020.

 

  • Bens de consumo duradouro – Risco elevado


O consumo não alimentar diminuiu devido às medidas de contenção, ao baixo sentimento do consumidor e ao aumento do desemprego. Devido à intensificação das medidas de confinamento social no segundo semestre de 2020, o consumo privado deverá contrair ainda mais. Espera-se que os incumprimentos e as insolvências aumentem entre os retalhistas de produtos não alimentares nos próximos meses.

 

  • Construção e materiais - Risco elevado


A construção foi afetada pela desaceleração económica do país, com a construção comercial afetada pela relutância dos fabricantes em investir. Ao mesmo tempo, levará algum tempo para que os projetos de infraestruturas públicas se concretizem. Apenas a construção residencial evoluirá positivamente. Espera-se um crescimento modesto da construção em 2021, menos de 1%. Os incumprimentos e as insolvências no setor devem aumentar, especialmente entre as empresas de menor dimensão.

 

  • Eletrónica e TIC - Risco médio


A Coreia do Sul é o maior produtor mundial de monitores e semicondutores de memória. De momento, o perfil financeiro dos produtores de TIC e dos prestadores de serviços continua bom. O comportamento de pagamento nos últimos dois anos tem sido bom, com poucos incumprimentos. No entanto, em 2019, a desaceleração global na procura e nos preços de semicondutores afetou os investimentos em equipamentos. O crescimento das exportações deteriorou-se devido ao aumento das tensões comerciais e ao crescimento mais lento na China. Além disso, a produção de TIC foi severamente afetada por interrupções na cadeia de fornecimento e pela deterioração da procura da China no primeiro trimestre de 2020. Com o levantamento dos confinamentos na China, a produção foi retomada e a procura por produtos eletrónicos recuperou no segundo trimestre de 2020. A procura por tablets, computadores e televisores recuperou em relação ao primeiro trimestre, devido ao aumento do teletrabalho e à maior procura por parte das famílias. A produção de TIC continuou a recuperar a partir do segundo trimestre de 2020, em linha com a forte procura por tecnologia 5G, carros autónomos, e-commerce, cloud. Embora o envio mundial de smartphones se tenha mantido num nível baixo em 2020, espera-se uma recuperação a partir do primeiro trimestre de 2021. O valor acrescentado do setor deverá crescer cerca de 3% em 2020, seguido de um aumento de mais de 2% em 2021.

 

  • Financeiro - Risco baixo


O setor continua relativamente sólido. Os cortes nas taxas de juros e o apoio financeiro às PMEs e empresários em nome individual contribuem para a manutenção de um mercado financeiro saudável. O valor acrescentado do setor deverá crescer cerca de 4% em 2021.

 

  • Maquinaria e engenharia - Risco elevado


As empresas deste setor costumam ser financeiramente resistentes. No entanto, as perspetivas de negócio foram afetadas pela queda nos pedidos e pela redução da produção devido à recessão económica. A procura por parte dos principais setores compradores, como a indústria automóvel, deteriorou-se. O valor acrescentado da engenharia deve diminuir 1,8% em 2020. No entanto, se a procura por investimento em instalações aumentar após a pandemia, é muito provável que o setor recupere em 2021.

 

  • Metalurgia - Risco muito elevado


Em 2018 e 2019, a indústria metalúrgica já apresentava um desempenho modesto, com menor procura por parte dos setores-chave como a construção naval, e aumento da pressão sobre as margens. Em 2020, a situação agravou-se ainda mais, devido à desaceleração económica desencadeada pela pandemia, que levou à redução da procura junto da indústria automóvel. O valor acrescentado do setor deverá diminuir cerca de 8% em 2020, após dois anos de contração anual. Os incumprimentos e as insolvências podem aumentar nos próximos meses.

 

  • Papel - Risco médio


A indústria de papel tem pouca relevância na Coreia do Sul em comparação com outros setores. Devido à desaceleração económica e à diminuição da publicidade, algumas revistas e jornais abandonaram o mercado. O valor acrescentado do setor deverá cair 5% em 2020, com uma recuperação modesta de 1% em 2021.

 

  • Químico e farmacêutico - Risco médio


As empresas químicas e farmacêuticas apresentam, de modo geral, finanças sólidas, bons históricos de pagamentos e baixas taxas de incumprimento. No entanto, a deterioração da procura por parte dos principais setores compradores teve um impacto negativo no desempenho dos produtos químicos, e o valor acrescentado do setor deverá contrair mais de 7% em 2020, com uma recuperação modesta de 3% em 2021. A procura de produtos farmacêuticos deve beneficiar do aumento dos gastos em saúde, e o valor acrescentado deste segmento deve crescer 8% em 2020 e 3,5% em 2021.

 

  • Serviços - Risco elevado


Devido às extensas medidas de confinamento no início de 2020, muitos segmentos sofreram muito, em especial a hotelaria, restaurantes, bares, entretenimento, eventos culturais, agências de viagens e operadoras de turismo. O setor recuperou ligeiramente desde o segundo trimestre de 2020, com o aumento da procura de clientes locais e estímulos fiscais, mas a incerteza permanece sobre o impacto de uma nova vaga da pandemia. Além da queda na procura, as empresas são afetadas pelos custos de captação de clientes e pelos custos fixos. O valor acrescentado da hospitalidade está projetado para diminuir quase 14% em 2020, seguido por uma recuperação de 6% em 2021. Tanto as dívidas em incumprimento como as insolvências devem aumentar nos segmentos de serviços afetados.

 

  • Siderurgia - Risco muito elevado


Em 2018 e 2019, a indústria do aço já apresentava um desempenho modesto, com menor procura de setores-chave como a construção naval e aumento da pressão sobre as margens. Em 2020, a situação agravou-se ainda mais, devido à desaceleração económica desencadeada pela pandemia, com menor procura por parte dos setores automóvel e de construção, e pela volatilidade dos preços das matérias-primas. Estima-se que o valor acrescentado do setor diminua mais de 9% em 2020, após dois anos de contração anual. Espera-se que os incumprimentos e as insolvências aumentem nos próximos meses.

 

  • Têxtil - Risco elevado


Grossistas e retalhistas são afetados pela queda nas vendas devido à deterioração do sentimento do consumidor e ao aumento na taxa de emprego. O valor acrescentado do setor deverá contrair cerca de 14% em 2020. Os incumprimentos e as insolvências devem aumentar nos próximos meses.

 

Sobre a Crédito y Caución


Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, com uma quota de mercado de 24%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Brasil. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em mais de 50 países.  A nossa actividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.
 

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