O risco de incumprimento na Polónia

Setores como o siderúrgico, automóvel, bens de consumo duradouro, construção, maquinaria, metalurgia, serviços ou têxtil apresentam um alto risco de incumprimento.
 

São Paolo - 22-out-2020

 

  • Aço - Risco elevado


Desde o segundo trimestre de 2020, os fabricantes, transformadores e distribuidores de aço estão a sentir o impacto da deterioração da procura por parte dos principais setores compradores, como o automóvel e a construção. Tanto as vendas internas como as exportações devem manter-se moderadas nos próximos meses. O valor acrescentado do aço deve contrair mais de 12% em 2020. Os empréstimos em incumprimento aumentaram em março e abril, mas as medidas de estímulo levaram a uma melhora da liquidez dos negócios. No entanto, espera-se que o número de incumprimentos comece a crescer no primeiro trimestre de 2021 quando terminem os apoios públicos.

 

  • Agricultura - Risco médio


Aspetos como a logística, a cadeia de fornecimento ou a presença de temporários foram afetados pelo confinamento. Prevê-se que o valor acrescentado do setor contraia cerca de l5% em 2020, embora as perspetivas sejam positivas quanto a uma rápida recuperação. 

 

  • Alimentação - Risco médio


A alimentação é uma das principais indústrias polacas, com um peso de 9% no conjunto da União Europeia. A concorrência é elevada e as margens são curtas, especialmente no segmento das vendas a retalho. Muitos pequenos retalhistas trabalham com margens negativas. O segmento da produção de carne luta com margens reduzidas, pressão sobre os preços e a repercussões dos repetidos surtos de peste suína. O número de pagamentos diferidos é elevado na indústria alimentar, já que as empresas maiores utilizam a sua influência sobre os fornecedores, exigindo prazos de pagamento mais alargados para melhorar a sua própria liquidez. Prevê-se que o valor acrescentado do setor cresça 1% em 2020.

 

  • Automóvel e transporte - Risco muito elevado


A indústria automóvel enfrenta uma queda nas vendas de automóveis de passageiros e veículos comerciais. Em 2020, o valor acrescentado dos setores automóvel e de transporte deverá cair quase 30%. O subsetor de transportes é afetado por restrições de viagens, interrupções na cadeia de fornecimento e desaceleração económica, com maior número de empresas endividadas que outros setores. Os incumprimentos são superiores à média e aumentaram no primeiro semestre de 2020. Tanto no segmento automóvel como no de transporte, espera-se um aumento das falências durante os próximos meses.

 

  • Bens de consumo duradouro - Risco elevado


O consumo privado de bens de consumo não alimentar deteriorou-se devido ao impacto do coronavírus. Muitos negócios fecharam temporariamente devido ao confinamento. A queda do sentimento dos consumidores e o aumento do desemprego poderiam constituir um obstáculo a uma recuperação significativa a curto prazo. Prevê-se que o valor acrescentado do setor contraia cerca de 2% em 2020, mas não é esperado um aumento importante das insolvências no setor retalhista.  

 

  • Construção e materiais - Risco elevado


Com margens operacionais muito estreitas, o setor apresenta um alto risco de crédito entre os seus players de menor dimensão. Devido à recessão atual, as empresas veem-se afetadas pelo adiamento de projetos e pelo reduzido volume de encomendas. O valor acrescentado do setor deve cair mais de 5%. Até o momento, os atrasos e incumprimentos ainda não aumentaram e os níveis de insolvência devem permanecer idênticos aos de 2019.

 

  • Eletrónica e TIC - Risco médio


A pandemia acelerou as tendências de digitalização em muitas empresas e lares, favorecendo as vendas de TIC. O comércio eletrónico cresceu, ajudando não apenas as empresas de software, como também os retalhistas de produtos eletrónicos. A curto prazo, as medidas de estímulo têm melhoraram a liquidez das empresas de equipamentos eletrónicos e de TIC. O valor acrescentado do setor deverá crescer cerca de 1% em 2020, seguido de 5% em 2021.

 

  • Financeiro - Risco médio


O setor é relativamente robusto, mas vê-se afetado pela recessão económica geral, que levou a um aumento das provisões e a uma queda dos lucros. O ambiente atual de baixas taxas de juros obriga as instituições financeiras a redesenhar os seus modelos de negócio e a otimizar os seus processos. O valor acrescentado do setor deverá diminuir 5% em 2020.

 

  • Maquinaria e engenharia - Risco elevado


As encomendas e a produção do setor diminuíram consideravelmente. A procura nacional e internacional de setores compradores chave como o automóvel diminuiu acentuadamente. Prevê-se que o valor acrescentado da engenharia contraia mais de 9% em 2020, a que se seguirá uma recuperação de 8% em 2021. Por agora, não se prevê um forte aumento nos incumprimento e nas insolvências.

 

  • Metalurgia - Risco elevado


Embora inicialmente o setor tenha beneficiado dos confinamentos em Itália e em Espanha, desde o início do segundo trimestre de 2020 a metalurgia está a sentir o impacto da deterioração da procura por parte dos principais setores compradores, como a construção e o setor automóvel. O valor acrescentado deverá contrair 17 % em 2020. Quando as medidas de estímulo terminarem é previsível que os níveis de incumprimento aumentem durante o primeiro trimestre de 2021.

 

  • Químico e farmacêutico - Risco médio


As empresas químicas e farmacêuticas apresentam bons registos de pagamento e uma baixa taxa de insolvência, em comparação com outras indústrias. Os produtores e grossistas do setor farmacêutico beneficiaram do aumento dos gastos com a saúde pública e espera-se que o valor acrescentado aumente mais de 11% em 2020. Contudo, a deterioração da procura nacional e internacional tem um impacto negativo no rendimento dos produtos químicos. O seu valor acrescentado irá sofrer uma redução previsível de 1%.

 

  • Serviços - Risco elevado


Muitos segmentos foram afetados pelo confinamento, em especial os hotéis, restaurantes, bares, espetáculos, eventos culturais, turismo, agências de viagens e operadores turísticos. Prevê-se que o valor acrescentado da hotelaria e da restauração diminuam mais de 7% em 2020. Um grande número de restaurantes faliu ou fechou as suas portas.  

 

  • Têxtil - Risco elevado


Os produtores, retalhistas e grossistas do setor têxtil estão a sentir os efeitos da deterioração das vendas devido ao confinamento e à diminuição do consumo privado. Prevê-se que o valor acrescentado do setor diminua mais de 14% em 2020 e que as insolvências dos retalhistas aumentem durante os próximos meses.

 

Sobre a Crédito y Caución


Crédito y Caución é uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Brasil, com uma quota de mercado de 16%. A Crédito y Caución contribui para o crescimento  das empresas, protegendo-as dos riscos de incumprimento associados a vendas a crédito de bens e serviços. A marca Crédito y Caución também está presente em Espanha e no Portugal. No resto do mundo opera como Atradius. Somos um operador global de seguro de crédito presente em 50 países. A nossa actividade consolida-se no Grupo Catalana Occidente.

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