O acordo com o Reino Unido gera novos riscos

O aumento das barreiras comerciais terá maior impacto no Reino Unido que na União Europeia.
 

São Paolo - 02-fev-2021

Após um longo período de incertezas, o Acordo de Livre Comércio entre o Reino Unido e a União Europeia (EU) representa um marco positivo para o tecido empresarial em comparação com a alternativa de encerrar o período de transição sem acordo, o que significaria a entrada em vigor das normas comerciais previstas pela Organização Mundial do Comércio. O acordo prevê um comércio de mercadorias livre de tarifas, mas apenas regulamenta o intercâmbio de serviços, que representa cerca de 80% da economia britânica e 45% de seu comércio externo. O texto, que mantém o Tribunal de Justiça da União Europeia fora do acordo comercial, contém, no entanto, importantes concessões britânicas sobre o reconhecimento das suas obrigações financeiras para com a UE, o tratamento da fronteira irlandesa e a concorrência em igualdade de condições. O tratamento dos direitos de pesca, onde ambas as partes modificaram as suas posições iniciais, tem gerado grande preocupação junto do setor pesqueiro.

 

A nova relação comercial vai gerar o aparecimento de custos económicos adicionais e de desafios logísticos para o tecido empresarial. O maior impacto deste aumento nas barreiras comerciais será sentido no Reino Unido, onde os efeitos da Covid-19 juntamente com os novos atritos comerciais devem causar um aumento acentuado nas insolvências em 2021. Na União Europeia, o impacto será menor. O maior risco concentra-se na Irlanda, devido aos laços estreitos. Noutros parceiros comerciais importantes, como a Bélgica, Holanda ou Dinamarca, o efeito sobre as insolvências será mais limitado. Por setores industriais, o automóvel, têxtil e de tecnologia de ponta podem ser afetados significativamente.

 

Desde os primeiros dias de janeiro, o tráfego portuário diminuiu em relação ao ano anterior. A longo prazo, mantêm-se as preocupações logísticas devido às dificuldades de acesso à documentação de trânsito, num contexto de revisão do software por parte da autoridade alfandegária do Reino Unido. Aos atrasos na alfândega junta-se a necessidade de envio de um teste Covid negativo por parte dos transportadores. A complexidade do novo contexto aumenta a importância de uma estratégia sólida de gestão do risco comercial nas relações de negócio com clientes do Reino Unido.

 

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